terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Obesidade infantil

A obesidade infantil é um problema que começa a assumir proporções assustadoras. Connor McCreaddie é um exemplo. Tem 8 anos e pesa 86 quilos. No início deste ano chegou a pesar 92kg, 4 vezes mais do que uma criança da sua idade e estatura.

Connor não é nem de perto, nem de longe a única criança a apresentar este peso. Mas é provavelmente das poucas que suscitou tanto interesse em Inglaterra. Isto porque o seu excesso de peso pode custar à mãe a guarda de Connor. Nicola McKeown, a mãe, foi convocada pelas autoridade locais, que consideraram que o bem-estar e saúde de Connor não estavam a ser salvaguardados. E foi-lhe feito um ultimato: ou controla a dieta alimentar de Connor e ele perde peso considerável ou então retiram-lhe a custódia da criança.


Connor não se consegue vestir sozinho, tem uma mobilidade reduzida e falta constantemente à escola devido a problemas de saúde. Veste roupa de adulto, já estragou 4 camas e 5 bicicletas. Come 4 pacotes de batatas fritas por dia.

É uma história que está a dividir os ingleses. Muitos apontam a responsabilidade à mãe, outros não acham justo retirar-lhe a custódia da criança. A mãe defende-se ao dizer que o filho só gosta de comida processada e que inclusivamente cospe tudo que seja comida saudável. "Matar um filho à fome não é, com certeza, a melhor maneira de fazer as coisas e eu não irei tão longe...quando uma criança não come mais nada, temos que lhe dar o que ela gosta".

Ainda assim, a mãe concordou em submeter Connor a um programa de controlo alimentar e a criança já perdeu 9 quilos desde Janeiro. Apesar dos bons resultados, a mãe mostra-se preocupada porque depois de 10 minutos a fazer exercício, Connor fica com vómitos e falta de ar.

Enfim, uma questão difícil e uma medida um pouco drástica, mas realmente há que começar a lidar com esta questão com mais seriedade. Se uma criança de 8 anos tem este excesso de peso, os pais tem certamente responsabilidades nisso, visto que são eles que cuidam da dieta alimentar da criança e é da responsabilidade deles implementar hábitos saudáveis, tais como a prática de exercício físico.

O que é certo é que há que tomar medidas para minimizar este problema e isso começa por alertar e responsabilizar os pais. Quanto a Connor, a ver vamos se ele consegue abdicar dos bolicaos que, segundo disse à BBC, é um dos seus bolos preferidos. Como é que é possível...come um a cada 20 minutos!!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

A obsedidade infantil tem sido debatida. As crianças estão a levar um estilo de vida muito sedentário e o que gostam de comer é a chamada "comida de plástico". Prevê-se que esta geração terá uma média de anos de vida a rondar os 60 65 anos o que é muito preocupante. Tem que ser feitas palestras em escolas e programas na televisão para sensibilizar os pais e as crianças para o mal que este tipo de dietas provoca, incentivar ao exercicio físico e outras formas de viver diferentes da de hoje em dia, que é só viver metido em casa a olhar para a televisão e a jogar playstation em vez de estarem com outras crianças a brincar ao ar livre.
Abraço!

Daniela Rodrigues disse...

Já tive oportunidade de fazer uma reportagem sobre este tema que, modéstia a parte, ficou bastante interessante. Falei com 3 especialistas: a Dra. Joana Freitas, pediatria, Dr. Pedro Branco, medicina desportiva e o Dr. Victor Viana, psicólogo na Fac. Nutrição da UP.

Ainda hei-de tentar publicar esse trabalho aqui no blog.

As opiniões dos 3 especialistas são unânimes, os pais têm culpa pela má alimentação dos filhos.

Daniela Rodrigues disse...

A propósito, saiu o ano passado um estudo norte americano bastante interessante sobre a obesidade infantil.

Sabiam que se uma criança beber um refrigerante de 33 cl por dia engorda 6 kg por ano???

Diana Silva disse...

Claro que os pais são culpados pela má alimentação dos filhos. Decerto o miúdo não paga os bolicaos do seu próprio bolso e "só come essas coisas" porque lhas dão. É tudo uma questão de hábito!

Os próprios pais não estão conscientes da gravidade da situação. É muito mais fácil enfiar um bolicao e um refrigerante na mochila, do que levantarem-se dez minutos mais cedo para ir à padaria...