terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Obesidade infantil

A obesidade infantil é um problema que começa a assumir proporções assustadoras. Connor McCreaddie é um exemplo. Tem 8 anos e pesa 86 quilos. No início deste ano chegou a pesar 92kg, 4 vezes mais do que uma criança da sua idade e estatura.

Connor não é nem de perto, nem de longe a única criança a apresentar este peso. Mas é provavelmente das poucas que suscitou tanto interesse em Inglaterra. Isto porque o seu excesso de peso pode custar à mãe a guarda de Connor. Nicola McKeown, a mãe, foi convocada pelas autoridade locais, que consideraram que o bem-estar e saúde de Connor não estavam a ser salvaguardados. E foi-lhe feito um ultimato: ou controla a dieta alimentar de Connor e ele perde peso considerável ou então retiram-lhe a custódia da criança.


Connor não se consegue vestir sozinho, tem uma mobilidade reduzida e falta constantemente à escola devido a problemas de saúde. Veste roupa de adulto, já estragou 4 camas e 5 bicicletas. Come 4 pacotes de batatas fritas por dia.

É uma história que está a dividir os ingleses. Muitos apontam a responsabilidade à mãe, outros não acham justo retirar-lhe a custódia da criança. A mãe defende-se ao dizer que o filho só gosta de comida processada e que inclusivamente cospe tudo que seja comida saudável. "Matar um filho à fome não é, com certeza, a melhor maneira de fazer as coisas e eu não irei tão longe...quando uma criança não come mais nada, temos que lhe dar o que ela gosta".

Ainda assim, a mãe concordou em submeter Connor a um programa de controlo alimentar e a criança já perdeu 9 quilos desde Janeiro. Apesar dos bons resultados, a mãe mostra-se preocupada porque depois de 10 minutos a fazer exercício, Connor fica com vómitos e falta de ar.

Enfim, uma questão difícil e uma medida um pouco drástica, mas realmente há que começar a lidar com esta questão com mais seriedade. Se uma criança de 8 anos tem este excesso de peso, os pais tem certamente responsabilidades nisso, visto que são eles que cuidam da dieta alimentar da criança e é da responsabilidade deles implementar hábitos saudáveis, tais como a prática de exercício físico.

O que é certo é que há que tomar medidas para minimizar este problema e isso começa por alertar e responsabilizar os pais. Quanto a Connor, a ver vamos se ele consegue abdicar dos bolicaos que, segundo disse à BBC, é um dos seus bolos preferidos. Como é que é possível...come um a cada 20 minutos!!!!

A lei do ciúme

O DN dá conta de uma nova lei no México que diz que maridos que se mostrem demasiado ciumentos ou que tentem convencer as mulheres que estão loucas (quê???) podem ser punidos até 5 anos de prisão!!!

Homens que telefonem com insistência, controlem o modo de vestir ou se recusem a ter sexo e a falar com as suas mulheres, podem ser acusados de crimes de ciúme ou de indiferença.

Humm... Não é que ache mal. O ciúme é muitas vezes levado ao extremo e todos já ouvimos histórias de crimes passionais. Mas não será uma lei um bocado preconceituosa? Ou não haverá no México mulheres ciúmentas e que se recusem a ter sexo com os maridos? Aposto dinheiro como sim!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A língua portuguesa...é assim traiçoeira?

Fiquei sem palavras quando vi ontem este sketch dos Gato Fedorento. É hilariante!!! E a burrice de Ana Maria Lucas, a apresentadora do programa Mistura Fina, não tem explicação... Imperdível!

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Eles andam por ai...

Insólito e surpreendente...
Um navio de transporte de ajuda alimentar das Nações Unidas (ONU) foi hoje assaltado por...(PASMEM) piratas!!! (Mas eles ainda existem????)

O navio, o NV Rozen, tinha acabado de entregar 900 toneladas de alimentos na região semi-autónoma de Puntland, destinadas à Somália, quando foi atacado.

O número de piratas atacantes é desconhecido mas ao que parece já foi afastada a hipótese de se tratar de uma cena da sequela de "Piratas das Caraíbas".
Johnny Depp fica assim ilibado de qualquer suspeita ;)

Brincadeiras à parte , o caso é mesmo real, e o navio continua por enquanto sequestrado.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Poucos mas bons...

A cidade inglesa de Birmingham será palco da 29º edição do Campeonato da Europa de Atletismo em pista Coberta. O torneio tem início esta tarde com a cerimónia de abertura as 16h e será transmitido na RTP2 e Eurosport.

A delegação Portuguesa é a mais pequena dos últimos anos, conta apenas com 6 atletas. Embora desfalcado com as ausências de Rui Silva e Francis Obikwelu, que preferiram continuar a sua preparação com vista aos Mundiais de ar livre em Osaka, Portugal tem boas chances de conquistar medalhas.


Nelson Évora é favorito ao ouro no triplo-salto masculino, após lesão do campeão Christian Olsson. Poderá ser esta a chance de um primeiro grande título para uma das maiores esperanças do atletismo nacional.

Naide Gomes mostrou que está em grande forma ao saltar 6,78 m no salto em comprimento nos Campeonatos Nacionais há 2 semanas. Não surpreenderá se renovar o título conquistado há dois anos em Madrid.

Não desesperem...elas estão para durar!




Marcia Cross, Felicity Huffman, Teri Hatcher e Eva Longoria vão permanecer no ecrã até 2011, segundo noticiou a Revista Variety. Um contrato de 4 anos celebrado com o autor da série vai trazer mais "Donas de Casa Desesperadas" até 2011 o que representou um investimento de 7,6 milhões de euros.

As protagonistas também terão renovado contrato com a estação de televisão ABC, que produz e exibe a série nos Estados Unidos.

Finda a segunda temporada em Portugal, os fãs podem agora preparar-se para mais 5 temporadas de riso, traição, rancor e crime, uma mistura explosiva faz da série um êxito.

A 3ª temporada da série já está no ecrã nos Estados Unidos desde Outubro. Não há por enquanto data agendada para a exibição em Portugal mas os fãs, (como eu!) podem esperar, sem desesperar, uma vez que a SIC já assegurou a reserva da série...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Conceitos de beleza...

Realmente não admira que os conceitos de beleza andem distorcidos...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Episódios do nosso Portugal..

Ontem assisti ao debate pós e contras sobre a justiça portuguesa e ouvi mais uma daquelas histórias caricatas que só existem em Portugal... vocês sabiam que cada uma das pessoas que assinou o habeas corpus do Luís Gomes, ou seja, 10.000 portugueses, podem vir a ser obrigados a pagar 480 euros? A situação provocou riso na audiência, não sei se pelo caricato da situação, se porque essa situação não é aplicada na realidade...até pode não ser aplicada, mas está na lei! A população portuguesa nunca se mobiliza e agora que ganhou consciência cívica, pode ser condenada por isso!Pode parecer caricato, mas aposto que assustou muita gente que assistiu ao programa e se juntou à causa!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

"SIM"

Muito se discutiu a questão do referendo aqui no blog. Hoje olhámos os resultados.

O SIM venceu com 59,25% dos votos, mas a abstenção mais uma vez marcou destaque, ao chegar aos 56,39%, o que torna este referendo não vinculativo. O NÃO conseguiu juntar 40,75% dos votos. Trocado por outros números, o SIM cresceu um milhão de votos em relação a 1998, o NÃO apenas subiu 200 mil.

Apesar da abstenção ter sido forte, desceu 11% em comparação a 1998 e isso fez a diferença. O SIM cresceu em muitos concelhos, mas os distritos de Castelo Branco e Leiria foram os pontos de viragem. Em 1998 nestes distritos venceu o NÃO, em 2007 a maioria votou SIM.

Olhando o mapa de Portugal, à primeira vista, traça-se desde logo clara distinção entre Norte e ilhas e o Sul do país. No Norte apenas o distrito do Porto contribuiu para o SIM. De resto, todos os distritos Norte e Interior - Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Guarda - deram preferência ao NÃO. Nos arquipélagos da Madeira e Açores o mesmo cenário. De Coimbra para Sul todos preferiram a despenalização do aborto, sendo que o concelho de Aljustrel, em Beja, foi o líder nacional, com 90,41% de votos para o SIM. Um raio x à mentalidade dos portugueses mostra-nos, numa primeira análise, um Norte mais conservador e um Sul mais liberal.

No fim e feitas as contas, o SIM venceu e, apesar do referendo não ser vinculativo, a Assembleia da República adquiriu assim um voto de confiança para a despenalização do aborto até às dez semanas, defendida por toda a Esquerda. Cabe agora ao Governo a regulamentação da lei. O processo legislativo estará, em sede parlamentar, concluído até ao final desta sessão legislativa, em Julho. A intervenção regulamentadora do Governo deverá ocorrer numa fase posterior, até ao final do ano.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Isto é alma...

Hoje perguntaram-me o que é a alma. Sorri. A primeira coisa que me ocorreu dizer foi que isso não se explica, é o que somos. Não valia, a resposta não valia. A resposta do dicionário muito menos. Era importante saber o que era a alma e eu parecia não ter consciência disso, apesar de saber comummente do que se trata. Às vezes acontece, não pensamos muito, ou pensamos superficialmente. Alma é energia. Disseram-me que é algo que é mas tende a deixar de ser, a desmaterializar-se. Discordei. A alma fica. A alma prevalece. É a nossa aura que é recordada quando partimos - quando nos afastamos ou quando morremos. Se fosse o corpo de nada valeria. A alma é o que temos de mais valioso em nós. É o que é. É o que somos. E volto ao início. Mas agora com consciência. E sorrio outra vez. Vale a pena pensar nisto.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

"A tua loja de drogas legais"

Nem mais! Chama-se "Cogumelo Mágico" e é a primeira loja de "drogas legais" a abrir em Portugal, mais precisamente em Aveiro. Foi inaugurada ontem e ao que parece suscitou muita curiosidade (porque será???).
Na parede ao fundo da loja pode-se ler em destaque "A tua loja de drogas legais"! Lá encontra-se desde erva sálvia pronta para fumar a kits para cultivo de cogumelos mágicos, cápsulas de produtos naturais (happy-caps), cactos que contêm mescalina e chá de erva ayahuasca, entre outros. Todos estes produtos contêm princípios alucinogénicos... mas "estão todos dentro da lei!", garante Carlos Marabuto, o dono do estabelecimento. Na loja também estão à venda cachimbos, mortalhas, vaporizadores, moedores para as ervas, balanças, livros e enciclopédias que ensinam a cultivar os produtos.

A ideia, como não podia deixar de ser, foi importada da Holanda. E veio para ficar. Carlos Marabuto diz que se tudo correr bem em terras aveirenses, expande o negócio para o resto do país. A loja é cuidadosamente designada por "smart shop" e distingue-se dos conhecidos "coffee shops" holandeses por vender a planta e não os produtos prontos a consumir e das "grow shops", porque estas comercializam apenas produtos para fazer o cultivo, mas não vendem mesmo as plantas. Já há três variantes, portanto!

A PSP e a PJ estão a acompanhar a situação mas a loja tem licença camarária e está aberta ao público. A única coisa proibida aqui é o comprador ter menos de 18 anos.

E cá está. Parece incrível, mas aparentemente é possível. Há-de ser mais uma lacuna na lei portuguesa... Se não é proíbido... então é porque é legal.
A mim sinceramente pouco me afecta. Certamente que não vou lá comprar nada e nem penso muito para além disso. Mas hoje é a primeira, e amanhã?
Se calhar muitos não julgavam ser possível, mas é efectivamente permitido abrir uma loja de drogas, sejam leves, legais ou como lhe queiram chamar, em Portugal. E aí está a prova!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O Pior Português

Já aqui se falou no programa da RTP que pretende eleger o português mais ilustre - "Os Grandes Portugueses". Os escolhidos pelo público geraram alguma polémica e houve quem considerasse as escolhas do povo totalmente incoerentes. O que não deixa de ser verdade. Mas, para apimentar esta discussão, ainda houve quem se lembrasse de ripostar. Bem pensado!eheh Ora, o Inimigo Público e O Eixo do Mal tomaram a iniciativa e decidiram lançar duas questões (até foram mais coerentes e menos vagos!) e a partir daí eleger o pior, ou melhor, os dois piores portuguêses de sempre:

"Que político/personalidade mais contribuiu para a ruína do nosso País?" e "Quem melhor encarna as piores qualidades do povo português?"

Disponibilizaram um email e muitas e muitas sugestões receberam, dizem eles. Neste momento, já estão na 4ª e última fase do "concurso". E espantem-se. Não é que os "candidatos" de uma e outra iniciativa coincidem? Cromos repetidos!!ehehe Este país é muito engraçado!! Amado e odiado é António Oliveira Salazar, que está nos 10 mais votados do "Grandes Portugueses" e nas opções da 1ª questão. Na outra lista, de "pior carácter" por assim dizer, estão os símbolos da corrupção do nosso país: Fátima Felgueiras, Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Alberto João Jardim e, por último mas certamente não menos fraudelenta, embora por outras razões, está Lili Caneças. Também estas personalidades marcam presença algures na lista dos 100 mais ilustres. Bem, que país confuso!

Enfim, ninguém se entende. Mas eu neste quis votar. E se querem fazer o mesmo, a votação decorre até dia 13 de Fevereiro, altura em que haverá uma gala de entrega dos prémios, na SIC Notícias. (votem em: http://piorportugues.blogs.sapo.pt/).
Devo dizer que a escolha foi díficil. O nível dos candidatos era muito elevado... Qual deles o pior!!! Mas optei por Oliveira Salazar e Fátima Felgueiras para cada uma das categorias. A ver vamos quem será o digno vencedor!
Tudo isto porque, como é dito e bem dito no referido blog, "mais do que eleger o melhor português, interessa saber quem é, afinal, o culpado disto tudo!" eheheh

E se fosse uma de nós?

Ponderei muito antes de decidir manifestar a minha posição sobre este tema tão delicado que tem sido o centro dos últimos debates e manifestações. Contudo, depois de ler alguns dos posts e comentários publicados no nosso blogue, não podia deixar de o fazer. À semelhança do que tem acontecido nas discussões públicas, também aqui tenho verificado alguma tendência para descentrar o assunto e, no meio de tanta retaliação, já me sinto confusa com as razões de umas e outras.

Em primeiro lugar, ninguém está aqui a discutir se concorda ou não com o aborto. É óbvio que ninguém concorda e, pondo a mão no fogo por algumas de nós, estou certa de que ninguém o faria. Mas não é isso que está em questão mas sim se concordamos ou não que as mulheres que o praticam devem ser punidas pela lei.

A pergunta é muito simples: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. E despenalização (aquilo que vamos referendar) não é o mesmo que liberalização.

"Despenalização significa "a eliminação ou perda do carácter de ilicitude, de ilegalidade, susceptível de ser punido ou penalizado pela lei". Ou seja, o acto em causa deixa não só de ser crime, como de estar sujeito a qualquer pena ou penalização.” "Liberalização […] significa, em linguagem jurídica, o reconhecimento ou aceitação legal daquilo que era proibido. É o mesmo que dizer que o Estado deixaria de regular o acesso ao aborto, em qualquer altura, deixando a decisão nas mãos de cada cidadão."

Quanto à afirmação de que votar sim é admitir que o aborto é uma questão moralmente e eticamente aceitável, nada me parece mais errado. Estamos fartas de saber que Ética e Direito são duas coisas distintas, como o comprova a existência de inúmeros códigos éticos dentro de algumas classes profissionais. Para mim a IVG nunca deixará de ser eticamente reprovável, mesmo que seja despenalizada.

O que mais me incomoda no meio disto tudo é a defesa utópica de que a lei deveria punir também os namorados e afins e os profissionais de saúde que colaboram nas práticas de abortos. Por favor, conhecem uma forma de isso se tornar possível? A mim parece-me que serão sempre as mulheres a serem punidas.

Aceito muitos dos argumentos de ambos os lados, incluindo do NÃO, mas custa-me ver o desprezo com que tratam a questão das mulheres que morrem num acto de desespero. Digam-me agora, se a vida é um valor de inquestionável importância, como é que não pode ser um acto de desespero uma mulher submeter-se a medidas extremas arriscando a própria vida? E desculpem, nisto são sempre as mesmas que sofrem, as que não tiveram a sorte de nascer em berço de ouro e não se podem dar ao luxo de realizar essa opção nas devidas condições.

Dizer Não é aceitar que as coisas estão bem como estão, e com isso dizer que é aceitável que se pratiquem IVG's na mesma (o aborto clandestino é uma realidade incontornável) mas em condições deploráveis, que milhares de mulheres morram num acto de desespero (sinceramente, acho ridículo afirmar que muita gente o faz por puro comodismo ou facilidade; tudo bem, acredito que existam casos desses, mas é a excepção que confirma a regra), que sejam sempre as pessoas com menos recursos as mais prejudicadas.

Não podemos ser sensíveis nem só a um lado, nem só ao outro. Temos que ser realistas e encarar aquilo que podemos, efectivamente, mudar. E esta é uma palavra possível apenas com a vitória do SIM. Por mais que a história das pessoas que nos são próximas pareça um lugar-comum, nos momentos de dúvida penso sempre: se uma de vocês tivesse que recorrer a esta medida e as coisas corressem mal, ia-me sentir revoltada e desolada por terem pago com a vossa vida um momento de desespero.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Tapar o sol com a peneira

Vejo o Referendo ao Aborto como uma questão de especial importância para o país e para o seu desenvolvimento… E é com grande desagrado e até espanto que me tenho deparado com muitos dos argumentos do Não.

Podemos dissecar este problema em várias outras questões: É justo que uma mulher seja julgada por ter feito um aborto? É justo que essa mulher vá para a cadeia? Penso que todos concordam que não… Nisso se vê a própria hipocrisia da lei actual que vê no aborto um crime, mas que mesmo assim não condena quem o pratica. Ou seja, a própria lei não é aplicada. Depois os responsáveis por fazerem cumprir a lei, sabem, com toda a certeza onde são as clínicas onde o aborto clandestino se faz e quem são os seus donos, mas quanto a isso nada é feito… Ninguém é punido. A propósito disto, fiquem com a curiosidade: uma das caras da campanha do Não na zona do Porto, é nada mais nada menos que o Dr. Eduardo Dantas, que durante anos manteve uma clínica ginecológica onde o aborto clandestino era o prato do dia…

Mais: se houver a vitória do Não, o aborto vai deixar de existir? Todos sabemos que não. E porque não colocarmo-nos por um segundo que seja na pele de uma mulher que, clandestinamente ou não, vê o aborto com a única opção… E se o vai mesmo fazer, porque não num estabelecimento de saúde legalmente autorizado e com os cuidados básicos de saúde, que são um direito de todos?

O argumento mais forte do Não e o que convence muitas pessoas é o argumento da Vida… Mas essas vidas que tanto se tenta proteger, vão perder-se na mesma, mas na clandestinidade. E se é assim, porque não defendem a alteração da lei actual? Uma vida de uma criança com Trissomia 21 é menos válida do que a de uma criança saudável para vocês? Ou a de uma criança fruto de uma violação? Porque é que não se fazem funerais às vidas que se perderem em abortos espontâneos? Onde está aqui essa moral de defesa intransigente da vida?

Votar Não é dizer que o estado actual das coisas é o ideal. Votar não é tapar o sol com a peneira.

Por isso deixemo-nos acima de tudo de hipocrisias e façamos alguma coisa!!!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Vida...interrompida

EA, devo dizer que já há algum tempo também mudei de opinião e também a queria manifestar aqui no blog...Inicialmente sempre pensei que votaria sim, desde 1998 que tinha esta opinião, porque apesar de ser contra o aborto achava que só cada pessoa é que pode julgar a sua situação. Mas agora penso que ninguém pode ter o direito sobre a vida de ninguém. Por ex., na eutásia, eu estaria decidir sobre o destino da minha própria vida (e mesmo assim ainda não se fala em liberalizar a eutanásia) mas no aborto, estou a decidir sobre a vida ou morte de outra pessoa.

Este é um assunto que incomoda muita gente, e as pessoas preferem não pensar muito nisso, dizer apenas de defendem a democracia, a liberdade e a tolerância, que não podemos julgar os outros e cada um deve fazer o que entender.

Mas temos que encarar de frente e pôr o dedo na ferida. E ver que na verdade esta nova lei não vai apenas despenalizar a mulher, mas também vai conferir o direito ao aborto, já que vai passar a ser um dever do Estado pagar os abortos. Na Holanda, por ex., existe a despenalização das drogas, mas não o direito às drogas, o Estado não é obrigado a dar drogas a ninguém. Mas com esta lei o aborto vai passar a ser um tratamento médico como outro qualquer a que todos têm direito - mais pessoas nas listas de espera.

E mais. Pegando num exemplo aqui da vizinhança: o hospital de Vila do Conde vai fechar, mesmo sabendo que o hospital da Póvoa já está pelas costuras. O aborto legal só se vai poder fazer até às 10 semanas, ou seja, não pode esperar. Quer dizer que muita gente doente, e sem recursos para pagar aos privados, vai ter que esperar ainda mais pelos tratamentos e operações (quem sabe até morrer na espera), para dar prioridade aos abortos.

Se queremos liberalizar "para sermos avançados como muitos países da Europa", então que comecem pela base, as estruturas de saúde, caso contrário vai ser um caos. Pessoalmente acho que o direito a tratamentos de sáude se sobrepõe ao direito ao aborto.

A questão da clandestinidade: querer liberalizar o aborto porque "o aborto clandestino é uma vergonha", é uma incongruência total. Então já agora vamos liberalizar todas as coisas más que são vergonha em Portugal, como já disse a EA.

A questão da vida: às 10 semanas é ser humano ou não é? Já está provado que a partir dos 18 dias bate o coração, e desde as 6 semanas que há actividade cerebral visível. (na foto, um feto com 10 semanas)


A questão da pobreza: se não se tem condições para criar o filho, existem as instituições de apoio familiar e em última instância a adopção. O Estado tem que investir nestas estruturas e não nos abortos (quer-me parecer é que lhe ficaria mais caro, e optam pelo mais fácil)...Mas mesmo que a minha vida fosse ser difícil, eu quereria viver, vocês não? A lei da vida é a primeira de todas!

A questão da penalização: o professor Marcelo vai votar não, porque apenas concordaria com a despenalização, quando na verdade não é só isso que a lei vai aprovar. Por isso, se formos da mesma opinião que o professor Marcelo e o movimento do "Assim Não", votamos não, mesmo concordando apenas com a despenalização. Mas podemos ir mais longe. A minha mãe trabalha na prisão de Custóias, e diz que há lá pessoas presas por ninharias, como conduzir sem carta...Então e impedir uma pessoa de viver é menos grave?...Uma mulher se roubar comida para dar ao filho, pode ir presa. Então e uma mulher que mata o filho antes de ele nascer, já deve estar dentro da lei?

Existem imensas razões compreensíveis para as pessoas terem cometido crimes (pobreza, famílias desestruturadas, distúrbios mentais) e que funcionam como atenuantes de pena, aliás, essas atenuantes são a razão porque há mais de 30 anos nenhuma mulher é condenada por fazer aborto. Mas essas razões não implicam que se despenalize o roubo, a condução sem carta, o aborto ou outros crimes.

Dizem que ninguém será obrigado a fazer o aborto, e os que não concordam, que não façam. Ok, esta era uma das razões porque eu ia votar sim, mesmo sendo contra. Mas temos que ver a lei define o que é certo e errado numa sociedade, define os valores e a ética dessa sociedade, e esta lei tornaria o aborto algo correcto, legítimo e ético. Um direito. Maior que o direito à vida. Com tudo isto, acrescido aos argumentos já ditos pela EA, devemos questionar-nos: Será o direito ao aborto maior que o direito à vida?

Eu acho que não.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Porque sou contra

Bem, eu venho falar do aborto...Andei a reflectir a sério sobre a questão e a informar-me e mudei de opinião: sou contra e voto não. Eu já era contra, mas votava sim, porque se por um lado, não concordava com os argumentos do não e principalmente com quem os defendia, por outro sempre fui acérrima defensora da democracia e da liberdade e considerava uma opção, inerente à vida em sociedade democrática: o direito de escolha. Mas pensei e acho ridículo achar que tenho o direito de opção sobre a vida de outra pessoa. Não tenho, ninguém tem..aliás quem o faz é condenado em tribunal e em praça pública.

Actualmente até me impressiona sequer considerar este assunto...Como é que podemos consentir que alguém mate alguém, só porque lhe apetece?Por mudança de humor, porque um relacionamento acaba, porque a pessoa muda de opinião, pronto...ou porque é nova demais, ou porque...

Eu defendia a liberdade de opção, mas no fundo é apenas uma desresponsabilização, um acto egoísta, um profundo egocentrismo, um limpar as mãos de um problema. Pois esse problema vai ter um nome, uma vida...vai amar, vai ser amado, vai ver o mundo, caraças: vai ter direito aquilo que todos temos, bem ou mal, mas temos...eu não queria entrar em sentimentalismos, até porque as minhas razões são bastantes racionais, passo o pleonasmo...

Dizem que as crianças não vão ser amadas, vão ser colocadas em sacos so lixo ou então recusadas pelas famílias...ok, mas não acredito que se essas pessoas tivessem, elas sim, o direito de opção, não preferissem viver...A não ser que acreditemos em reincarnação, a verdade é que só temos uma oportunidade. Não há mais. Há isto. Vivemo-la à nossa maneira, temos sonhos, aspirações, conquistamos um lugar, formamos uma família, contribuimos para algo. Só temos esta vida, gente, e já há tanta coisa que nos impede de a viver:doenças, acidentes, catástrofes naturais, tanta coisa...agora há aquelas que podemos e controlamos: actos voluntários de outros. Matar é crime, e o pior de todos...não está em questão de o feto é ou não uma pessoa: vai ser e isso é que importa.

O argumento do "mas já se fazem", ainda menos válido é. Também há muita gente que mata, que anda na droga, que viola criancinhas e nem por isso vou votar para que possam...que sejam condenados por isso!

Desculpem, mas tinha que desabafar. Sou contra, muito contra. E acreditem que ninguém mais do que eu ia ter pena de engravidar agora.É chato, é, mas uma doença cronica também é chata e as pessoas aprendem a lidar com isso e como isso milhares de obstáculos se cruzam na nossa vida..alguns bem mais que chatos...mas é a vida...e eu sou pela vida... só nos podemos ter direito de opção sobre a nossa vida....

Eu sou pela vida.

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