domingo, 22 de julho de 2007

Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte/Good Luck

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Saber Viver...

"Já perdoei erros quase imperdoáveis.
Já tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso.
Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar.
Já abracei para proteger. Já me abraçaram para me envolver.
Já fiz amigos eternos.
Já fui amada sem amar.
Já amei e fui amada.
Já fiz juras eternas.
Já chorei a ouvir músicas e a ver fotos.
Já telefonei só para escutar uma voz.
Já pensei que fosse morrer de tantas saudades. Sobrevivi!"

(Agora...contigo não quero sobreviver, quero continuar a viver. Por tudo o que és para mim e tudo o que me fazes.
Não te procurei, encontrei-te.
Fizeste-me crescer.
Deste-me o que ninguém me deu.
És para mim o que ninguém foi.
Não planeei, aconteceu.
Longe, a dor aperta e mata-me por dentro. Perto, respiro melhor. Tudo é perfeito. Contigo.
Hoje sabemos que a palavra "Amor" sabe a pouco.
Haja o que houver já valeu a pena. Obrigada.)

"Não quero passar pela vida, quero vivê-la!
O bom mesmo é abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a VIDA é muito para ser insignificante."

(adaptação de citações de Charlie Chaplin)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Paris Hilton... É ou não notícia??

Esta jornalista norte-americana chamada Mika Brzezinski está a causar polémica... Quase tanta como Paris Hilton. E é dela mesmo que aqui se fala. Ora vejam...!

terça-feira, 26 de junho de 2007

O gato fotógrafo...


Ter animais em casa e deixá-los sozinhos todo o dia pode significar uma boa dor de cabeça, sobretudo se lhes dá para fazer asneiras. Como não falam, nem podem apontar o dedo acusador aos seus semelhantes para se ilibarem de culpas, é bem provável que o dono nunca saiba qual a origem dos estragos. Para obstar a tal dificuldade, ou simplesmente satisfazer a curiosidade quanto às horas vagas dos bichos, Jürgen Perthold inventou uma máquina fotográfica em miniatura que regista todos os movimentos. Basta prendê-la à coleira do animal.

O primeiro a usar semelhante equipamento foi Lee, o gato de Jürgen, que parece ter uma vida social muito intensa. Através das imagens captadas pela maquineta, o dono ficou a saber que o seu bichano se perde de amores por uma gata loira da vizinhança. Só que, azar dos azares, Lee não se livra da concorrência de um magricelas vadio que por lá anda.

Farto das ausências mais ou menos prolongadas do bichano - às vezes passava o dia inteiro fora de casa e só regressava à noite e cheio de arranhões, para já não falar de quando, simplesmente, não regressava -, Jürgen Perthold teve a luminosa ideia. "Eu queria descobrir em que é que ele andava metido e onde passava os dias", confessa o curioso inventor, um alemão que vive com a sua família na Carolina do Sul, Estados Unidos. E, como nas redondezas há muitos sítios recônditos para explorar, Lee consegue "tirar" boas fotografias, para deleite do seu dono.

Basicamente, o gato passa os dias a visitar os amigos, como um que costuma encontrar-se com ele debaixo dos carros, mas também parte à aventura na floresta, onde até já teve de enfrentar uma cobra. Mas do que gosta, mesmo, é de fitar os pássaros e rondar a casa da gatita loira, que surge em diversas imagens.

Em "www.mr-lee-catcam.de", Jürgen conta os pormenores que levaram à concepção da máquina, usada pela primeira vez em Abril. Além das questões técnicas, o inventor chama a atenção dos potenciais interessados para os perigos inerentes ao uso de coleiras, visto que os gatos andam por todo o lado e podem ficar presos a alguma coisa. Também lá está uma galeria de imagens.

"Ele tenta resistir quando lhe coloco a câmara, mas depois aceita-a", acrescenta o dono, convencido de que Lee só não a tira porque não lhe chega com as patas. Sim, porque até os gatos têm direito à sua privacidade e o aparelho, como se vê, põe a vida de um bichano toda a nu.

Fonte: Jornal de Notícias

Manchete do Público: Tabaco provocou mais de 12 mil mortes em Portugal no ano de 2005


Se o título não for suficiente, ficam aqui mais 5 boas razões para deixar de fumar:

- Homens fumadores têm 23 vezes mais possiblidades de contrair cancro no pulmão!
- Quanto às fumadoras, são 13 vezes mais sujeitas à doença que as não-fumadoras!
- O consumo de tabaco aumentou 40% nas mulheres entre os 15 e os 24 anos!
- 126 milhões de euros.... É a quantia que se gastou em internamentos hospitalares relacionados com doenças derivadas do consumo de tabaco.
- Em medicamentos, consultas e meios cumplementares de diagnósticos... gastaram-se
mais de 308 milhões de euros!!!

Amanhã a lei do tabaco é votada na Assembleia. À luz destes números, haverá alguma dúvida do caminho a seguir?

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Michael Bublé - Everything

Não me canso de ouvir!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Barbie World


Faltava...mas já existe! Uma linha aérea exclusiva para mulheres. Surgiu na Inglaterra, com ingresso proibido para passageiros masculinos.

O diário britânico The Guardian anunciou que a Fly Pink será lançada em Julho, dirigida exclusivamente ao público feminino. Os aviões serão pintados em tom rosa choque, precisamente para lembrar a Barbie, com serviços a bordo direccionados, entre eles manicure.

A empresa aérea que vai abrir a linha negócios-temáticos, terá operações a partir do aeroporto John Lennon, em Liverpool, com uma especialidade: vôos para Paris, destinado a...compras.

A futilidade é uma coisa bonita não é????

Amanhã... é Verão!

Ouvi esta música praticamente todos os dias do meu Verão do ano passado... Que saudades do sol, da praia e das noites quentes...!!! Fica aqui a música e a esperança de que amanhã o Verão arranque... de vez!!!!!

The Kooks - She Moves In Her Own Way

terça-feira, 19 de junho de 2007

Função terapêutica dos palavrões...!

Este artigo é, no mínimo, curioso!!!

"Foda-se", por Millôr Fernandes
(adaptado)

"O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta-me. "Não quer sair comigo?! - então, foda-se!" "Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!" O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"? "Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!". Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem. O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto. Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida. Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência. Solta logo um definitivo: "Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!". O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos. Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"? Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai levar no olho do cu!"? Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima. Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!". Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!" Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então: Liberdade, Igualdade, Fraternidade e foda-se!!! Mas não desespere: Este país … ainda vai ser “um país do caralho!” Atente no que lhe digo!"

sexta-feira, 25 de maio de 2007

King Without a Crown

Esta música é excelente. Fica sugestão para quem não conhece

Matisyahu - King Without a Crown

Quando o sol brilha...

O tempo não tem estado famoso, mas não tarda esta aí o sol! E não é novidade para ninguém que o sol em excesso... não faz bem. Mas pior faz o solário e, sem querer ser alarmista, mas já o sendo, sabiam que 30 sessões de solário por ano equivalem a 100 escaldões? E que 10 sessões de solário aumentam em 8 vezes o risco de cancro da pele?

A estes dados preocupantes acrescenta-se o facto do cancro de pele ser o segundo cancro que mais mulheres mata em Portugal (o 1º é o cancro da mama) e que o grupo de maior risco são mulheres abaixo dos 40 anos. Dito isto... Reconsidere quem pense fazer solário. E mesmo quando o bom tempo vier para ficar... Cuidado com o sol!
Fonte: DN

sexta-feira, 27 de abril de 2007

E depois do adeus


Embora atrasado, não podia deixar de escrever um post sobre o último feriado que comemorámos. Durante o dia 25 de Abril vi e li imensas notícias, reportagens e histórias sobre o acontecimento que mudou a história deste nosso país e fiquei chocada com o desrespeito da nossa geração e demais por todos os que lutaram pela liberdade que hoje gozamos e tanto apreciamos...

No fundo sei que este desrespeito é reflexo de uma ignorância em relação à história (factor para o qual também contribuo, confesso), talvez a mesma ignorância que elegeu Salazar como "O Grande Português" no polémico concurso. Mas até a ignorância tem limites e esses tornam-se óbvios quando as pessoas começam a dizer coisas como "foi um dia como os outros", "acho que não tem valor nenhum", "não é nada de especial"... E outras barbaridades que tal.

Tudo bem, ninguém pode exigir que se conheçam todos os detalhes da história da "Revolução dos Cravos", sobretudo se nem na escola nos souberam explicar, mas não é preciso ser grande conhecedor para se sentir pelo menos um pouco grato e reconhecido, ou pelo menos para encarar esses grandes defensores da liberdade com o mínimo de consideração.

Eu pelo menos aprecio muito a liberdade e não consigo imaginar pior tortura do que não poder decidir o que pensar, como agir, como falar... Não estamos bem agora, é um facto. Mas acho que estamos bem melhores, ou não?

terça-feira, 24 de abril de 2007

S(e)r. Engenheiro ou não? Eis a questão...

Depois de longas semanas de discussão e de festival mediático continuo com dúvidas. O senhor primeiro-ministro é ou não é engenheiro?
Na faculdade e noutros cursos sempre me ensinaram que a melhor forma de gerir situações de crise era enfrentá-las, prestar declarações. Mas Sócrates remeteu-se ao silêncio durante dias e dias. Mas até posso entender, não "podia" dizer nada antes de ser conhecido o futuro da Independente. Depois disso (e de tentar pensar bem nos argumentos) decidiu prestar esclarecimentos numa entrevista à RTP. Quanto a mim, não gostei de ver. Parecia um criminoso a tentar defender-se. Ver um primeiro-ministro naquela posição foi no mínimo estranho. (já agora um aparte, na minha modesta opinião, durante a entrevista, Flor Pedroso deixou muito a desejar)
No final parecia provável que Sócrates fosse mesmo engenheiro, com direito a MBA e tudo.
Mas e entretanto? Dias depois a Universidade Independente dá uma conferência de imprensa, primeiro para dizer umas coisas, depois para afirmar outras, ou melhor, tentar afirmar. Sim, porque foi pior a emenda que o soneto e, sem dúvida, as declarações daquele senhor foram desastrosas.
No final, ter uma opinião vincada não é fácil.
Por um lado acho que não é uma licenciatura que faz um bom primeiro-ministro, por outro acho que está em causa mais do que isso. E se um canudo não faz um bom primeiro-ministro, a humildade e a honestidade ajudam muito.
Mas a falta de uma licenciatura (como diz o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa) «não lhe tira voto, simpatia ou legitimidade política», poderá "apenas" levar os portugueses a duvidar de cada vez que ele fale de "rigor". E duvidaremos, certamente!
Qualquer primeiro-ministro devia estar acima de qualquer suspeita mas infelizmente isso nunca acontece e isto só vem provar que sejam Sócrates, Santanas, ou até Lulas, é tudo igual, e cada um tenta sempre aproveitar-se da situação política que tem.
Quanto à comunicação social acho que se exagerou na exploração do assunto e na paródia que se fez, como se o diploma lhe tivesse saído como brinde, numa qualquer marca de Farinha.
Não lhe dou razão, não, e acho que tem muito para se envergonhar, mas também acho que se fez um festival à volta do assunto.
Existem sim muito factos por explicar, muitas coisas que não "jogam", muitas datas discordantes, muita falta de rigor mas, quer se queira quer não, quantos não terão sido já beneficiados? Políticos, filhos de gente importante, seja o que for... Quantos! É triste mas é verdade, e não é de hoje!

E esta é apenas mais uma história da política que temos...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

"The Mustang"

Perdoem a falta de isenção...mas é mais forte do que eu!

Quem souber apreciar...delicie-se ;)

sexta-feira, 30 de março de 2007

quinta-feira, 29 de março de 2007

Antes morta...que gorda!



Apenas um terço das pessoas que sofrem de anorexia conseguem efectivamente superar o trauma e levar uma vida normal....10% acabam por morrer. Em alguns países os distúrbios alimentares atingem já cerca de 20% da população jovem feminina, como por exemplo no Brasil.

Os números são preocupantes já que os distúrbios alimentares começam a manifestar-se cada vez mais cedo. Em Portugal há já registo de casos em crianças com 7 anos de idade.

É no mundo da moda que encontramos o maior número de vítimas de anorexia e/ou bulimia, mas a morte recente de jovens manequins tem contribuído para a alteração gradual de alguns padrões de beleza.

A semana de moda de Madrid em Setembro passado foi o primeiro evento a impedir modelos demsiado magras de participar no desfile. A medida foi vista com bons olhos e o exemplo tem vindo a ser seguido noutros eventos.

Consciencializar é preciso. Os pais têm um papel fundamental no despiste e acompanhamento destas doenças que começam a manifestar-se cada vez mais cedo.

Quanto a nós, cidadãos do mundo, cabe-nos fomentar a ideia de que a magreza excessiva não é saudável...nem bonita!

"Sexctasy"

Há realidades que me assustam. A realidade que a reportagem da Visão me deu a conhecer chocou-me. Acabo de a ler e sinto o estômago embrulhado. Sexo, drogas, viagra e adolescentes. Uma mistura perigosa. O que se segue? Morte, doenças, SIDA, dependência. Uma autêntica ameaça que começa a ficar fora de controlo.

De que se trata? De uma nova moda. Adolescentes de 16 e 17 a tomar cokctails de ectasy, cocaína, viagra e álcool para ficarem "pedrados" e para potenciarem jornadas de sexo até 36 horas seguidas. Sexo sujo, desprotegido. Orgias gays. Comportamentos desviantes de adolescentes que perdem noção do que fazem, com quem fazem. A única certeza é que vão continuar a fazê-lo porque estes cocktails são extremamente viciantes. E estes jovens convencem-se que sem viagra já não conseguem ter a mesma performance sexual. Não param de os tomar. Parece de loucos. E é mesmo.

A reportagem não se fica por aí. Fala do mundo do sexo e das drogas, nas mudanças do papel da mulher, na banalização do sexo entre adolescentes... Está muito bem escrita e o tema é complexo. Não vou por isso adiantar mais. Em vez disso, sugiro a leitura integral da reportagem porque realmente vale a pena ler este excelente trabalho.

segunda-feira, 26 de março de 2007

É o povo (,) estúpido!

Hoje estou perplexa e envergonhada. António de Oliveira Salazar foi a personalidade mais votada no programa "Os Grandes Portugueses". O líder do Estado Novo foi o escolhido com 41% dos votos, superando Álvaro Cunhal, que ficou na segunda posição com 19% dos votos e Aristides de Sousa Mendes, o terceiro classificado, com 13% dos votos do público. Do público! Uma ofensa, se me permitem!
Já me tentei questionar o que poderá isto querer dizer mas nada me ocorre. Será ignorância da História? Nostalgia de um tempo de opressão? Uma forma de demonstrar revolta pela situação actual do país? Não entendo nem sei se quero.

É irónico um homem ter sido votado por um programa que, se a política dele se mantivesse, nem sequer existiria!
Não deixa também de ser curioso como se encontram "no pódio" personalidades que defenderam políticas e ideologias tão diferentes. Quer sejam da minha cor política ou não, sei bem ver que um lutou pela liberdade, outro roubou-a.
Hoje, Oliveira Salazar é o "Grande Português", mas só para os estúpidos que nele votaram. Mas eu não posso deixar de me sentir envergonhada pelas mentalidades do país onde nasci, felizmente já em liberdade, graças ao 25 de Abril.


PS: Este post não ter foto não foi puro esquecimento.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Cidade das Profissões

Perdemos um pouco o hábito de tratar este tema no blog, mas como continua a ser uma das minhas principais preocupações... Lol.

Aconselho a todas as que andam à procura do seu lugarzinho ao sol (leia-se, emprego!) a consultarem o site da Cidade das Profissões, um guia muito útil que oferece uma compilação de todos os portais de procura de emprego, informação sobre formação, estágios nacionais e internacionais, entre muitas outras coisas. Consultem, vale a pena!

P.S. Este post é totalmente imparcial e isento de comissões! :)

quarta-feira, 14 de março de 2007

"O que é que sente?"

"O que é que sente?" A dita pergunta proíbida para todo o jornalista que se preze. Mas será mesmo assim?
Li um artigo cheio de razão. Se tiverem dois minutos leiam em:

http://sic.sapo.pt/online/noticias/opiniao/20070308+-+O+que+e+que+sente.htm

terça-feira, 13 de março de 2007

Não há bela sem senão

Sempre fui adepta de procurar conhecer e investigar os assuntos antes de me pronunciar criticamente sobre os mesmos. Mas desta vez, confesso, esta minha opinião é expressa a partir de uns escassos minutos de observação, embora me tenham parecido uns minutos muito esclarecedores. Refiro-me aqui à nova sensação da nossa TVI, que tão frequentemente vai recolher estes modelos de programas ao estrangeiro que apelam às mais degradantes características humanas.


"A Bela e o Mestre" encerra em si um paradoxo: por um lado, reacende e espelha um conjunto de estereótipos que não têm qualquer sentido; mas por outro, todas as personagens são exemplos evidentes desses estereótipos sem sentido. Aqueles homens são mesmo aparentemente inteligentes e muito cromos. Ou muito bons actores. Aquelas mulheres são efectivamente bonitas e com uma inteligência que deixa muito a desejar. Ou actrizes a caminho de Hollywood.


Os poucos minutos em que vi o aclamado programa foram suficientes para me deixar abismada. Nesses breves instantes observei vários fenómenos, como um homem com uma postura de tarado ansioso por ver a "sua bela" despir-se para seu deleite, um outro bastante atadinho que nem um sofá cama sabia montar, ou uma loira qualquer (um duplo preconceito) que no final da sua lição aprendeu que o maior continente do mundo eram os Estados Unidos...


Fiquei ligeiramente mais chocada ao saber que o Ashton Kutcher é um dos produtores deste "reality show". Eu até tinha o homem em boa conta, achava-lhe piada e tal, mas parece que ninguém está livre do poder da ganância. Questiono-me se o rapaz não terá sofrido o estereótipo na pele... Brincadeirinha.


Fora de contexto, o programa parece dizer que: mulheres bonitas e atraentes são burras; homens inteligentes são cromos e não se conseguem relacionar com o comum dos mortais, sobretudo do sexo oposto; homens inteligentes sonham com mulheres burras que possam domesticar; mulheres bonitas sonham com cromos inteligentes porque lhes podem ensinar alguma coisa; e, por fim, os homens conseguem chegar longe por mérito próprio, enquanto as mulheres conseguem-no através dos seus atributos físicos e capacidade de sedução.


Não digo que tudo isto não aconteça (porque estaria a mentir), mas só queria perceber qual é o sentido de tudo isto... Tenho dado voltas e voltas à cabeça e realmente não consigo perceber... Se calhar devia pensar em atingir os 86-60-86 (ou talvez 96-80-86) e inscrever-me para o programa, já que a inteligência me parece estar a falhar... :P

19 de Março de 2012

No âmbito da cadeira de Comunicação e Novas Tecnologias do IPAM, tivemos que escrever uma composição(!), em jeito de diário, em que imaginavámos como seria a nossa vida no dia 19 de Março de 2012 e de que forma as novas tecnologias poderiam influenciar o nosso dia-a-dia..Achei engraçado partilhar convosco...

"7h30. Começou. A casa ganha vida e eu nem sequer consigo abrir os olhos. A música toca, as persianas abrem, o “Wakeme” chama o meu nome e pede-me incessantemente para acordar. Não lhe ligo nenhuma. Um quadrado de 10x10 a mandar-me levantar! Que ousadia...Viro para o lado, mas ele não desiste. Começa a enumerar a lista de tarefas para hoje...Já sei que tenho muito trabalho, escusas de me fazer lembrar. Deixa-me dormir! Não se cala. Meteorologia, principais notícias, blah, blah blah...quem me dera desligá-lo, mas programei-o para não se desligar até fechar a porta. Se arrependimento matasse...Desisto. Levanto-me. Homem – 0 Máquina – 1.

Ainda ensonada deixo os recados para o Ricardo no Housepc. Não o quero acordar. Assim não me escapa, seja no ecrã do quarto, da casa de banho ou da cozinha, em algum lado há-de ler e a insistência há-de prevalecer. Hoje tem que fazer a cama antes de sair. Ao mesmo tempo que escrevo no ecrã, vejo que hoje o Simão tem futebol e o Ricardo vai ao ginásio. Não me posso esquecer que hoje calha a mim. O melhor é programar na “Grilo Falante”... ela lembra-se!


Ligo o carro e escolho “escritório”. O caminho é longo e posso preparar o dia. Ligo a “Grilo Falante” e pergunto as tarefas do dia. Hoje é o dia da apresentação do novo produto em que estou a trabalhar. Ainda bem que já não tenho que conduzir. Ainda há um ano atrás desperdiçava estes minutos preciosos ao volante. Graças a deus que inventaram a condução automática. Não percebo como ainda há quem não se importe de conduzir. Velhos do Restelo. Para mim está óptimo. Mas agora tenho mesmo que me concentrar no trabalho. Hoje o dia é longo.


Chego ao emprego. No Displax acedo rapidamente aos principais assuntos do dia e às notícias mais importantes. Nesta área temos que estar em cima do acontecimento, mas não tenho tempo para jornais e Tv. Até simpatizo com as lutas incessantes de sobrevivência e confesso que gosto. Mas não tenho tempo. Agora ninguém tem tempo para nada, na verdade...às vezes apetecia-me voltar ao tempo em que mandar uma mensagem do telemóvel era “ser tecnológico”. (Riso) Velhos tempos...A minha mãe nem sequer telemóvel teve. Quando digo isso ao Simão, ele pergunta-me: o que é um telemóvel? Parecem séculos e nem passaram 3 anos desde que finalmente venceram os pocketpcs.


13h15. Combinei com o Ricardo almoçar à 13h30. É melhor despachar-me. Detesto almoçar sozinha. Desço e ligo o portátil. “Olá, que tal Paris?”


15h. A hora tão esperada. Cala-te Grilo. Já sei que tenho a apresentação. Ando a trabalhar nisto há semanas. Só espero que o holograma não falhe. Ainda pouco se usa, mas aqui na empresa adoptou-se este método e toda a gente treme com medo das falhas. Corre tudo bem.Uff. Desta vez não falhou. No fundo, sou eu que ainda sou uma céptica, mas tenho que acreditar mais. Em mim e na tecnologia. Já quase nada falha, mas ainda sou da velha guarda e gato escaldado...


Fim do dia. Finalmente. A Grilo lembra-me que tenho que ir buscar o Simão. A voz é mesmo parecida com a da minha mãe. Se calhar foi por isso que a escolhi. Programo “Futebol do Simão” no carro e adormeço. Não devia, mas não resisto e afinal tenho que deixar de ser céptica de vez.


Chegamos a casa. Jantámos. O Simão pede para lhe ler uma história antes de dormir. Escolhe a velhinha Branca de Neve, que trouxe de casa da minha mãe. Há coisas que nunca mudam..."

Diário da minha loucura...

Perdoem-me o abuso de liberdade mas senti-me incontrolavelmente tentada a escrever no blog sobre...absolutamente NADA. Talvez NADA não seja propriamente o termo...é alguma coisa, algo que penso, algo que sinto, algo que mal consigo definir.
Penso na efemeridade da vida, nas partidas que ela nos prega. Nos círculos que traçamos para voltarmos sempre ao ponto de partida. Acredito que há destino traçado...e por mais que o evitemos acabamos sempre por o cumprir.

E o tempo? Para que serve? O tempo não é capaz de evitar o destino. Pode adiá-lo por um, dois ou 20 anos...dizem que o tempo ajuda a esquecer. A minha teoria é que o tempo apura os sentimentos. Vai cozendo, em lume brando, adicionando um e outro ingrediente, mas um dia...há sempre um dia que tudo muda!

Hoje estou virada para Norte, amanhã vou para Sul, impelida por uma força incontrolável e deliciosa que me percorre todo o corpo, que me abraça como tentáculos e me faz levitar.

A vida é mesmo uma coisa impressionante, brinca connosco, magoa-nos, faz-nos chorar, mas um dia...há sempre um dia que nos devolve em dobro o que nos tirou. Há sempre um dia que nos sentimos donos do Mundo...para quê? Amanhã não temos nada de novo.
Vivemos ao sabor das ondas, somos brinquedos na mão da Vida. Hoje filhos, amanhã enteados. Hoje tropeço, amanhã levanto-me. Ontem fui pequena, hoje sou enorme.

Perdoem-me o disparate, pus-me a pensar na Vida e ela é realmente uma safada. Mas gosto dela...ela é que tem razão. Afinal de contas, que valor teriam alegrias se não existisse sofrimento?

sexta-feira, 9 de março de 2007

Porque somos mulheres...

Antes demais peço desculpa, este post devia ter sido escrito ontem mas foi-me totalmente impossível. Eu ainda estou no rescaldo por isso aqui fica na mesma.

Ontem foi Dia Internacional da Mulher. E para o bem ou para o mal, este dia não nos passa em branco. Quer se goste destas convenções ou nao, este é o dia que nos faz recordar o que ja conseguimos nesta sociedade "masculinizada" e o que ainda temos para conquistar!

Vale a pena recordar que...

"A ideia da existência de um Dia Internacional da Mulher foi inicialmente proposta durante o processo de industrialização e expansão económica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. A 8 de Março de 1857 em Nova Iorque, dezenas de mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil protestaram pelas as más condições de trabalho e reduzidos salários. As protestantes foram trancadas no interior da fábrica pelos patrões e pela polícia. Estes mesmos atearam fogo no prédio. 129 trabalhadoras morreram carbonizadas.

Nos anos seguintes muitos outros protestos se seguiram. A 8 de Março de 1908, 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução de horário, melhores salários, e o direito ao voto.

Em 1910 o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido. No ano seguinte, esse dia foi celebrado por mais de um milhão de pessoas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

O feriado acabaria a sua vertente política e tornar-se-ia numa ocasião em que os homens manifestavam a sua simpatia ou amor pelas mulheres da sua vida - um tanto semelhante a uma mistura dos feriados ocidentais Dia das Mães e Dia dos Namorados - oferecendo-lhes prendas e flores.

O dia é feriado oficial na Rússia (bem como na Bielorrússia, Macedônia, Moldávia e Ucrânia).

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu. Foi revitalizado pelo feminismo na década de 1960. Em 1975, a Organização das Nações Unidas começou a patrocinar o Dia Internacional da Mulher."

Se durante o ano inteiro eles nao se lembram que somos especiais, pelo menos ontem espero que se tenham apercebido.

terça-feira, 6 de março de 2007

Pseudo-ex-futuros concertos...

Bem, eu hoje lembrei-me que ainda não comentei convosco a novela mais caricata da actualidade, protagonizada pela grande organizadora angolana de espectáculos: CP (deixo o nome incógnito).

Decerto, todas têm assistido à já significativa campanha de comunicação de um mega "Festival da Juventude" no Pavilhão Atlântico, com as presenças de 50 Cent, Akon, Busta Rhymes, Sean Paul, etc...pois bem, muitas de vocês já devem saber, mas é tudo MENTIRA...por mais estranho que possa parecer, face ao portentoso investimento em comunicação, a verdade é que o mega festival da juventude não sai do papel e é consequentemente adiado, quer porque o 50 cent ficou doente, quer porque o Sean Paul perdeu o avião...
Desde o primeiro pseudo concerto que desconfio das intenções da tal promotora de espectáculos, por várias razões: primeiro são demasiados nomes sonantes para actuar num espectáculo só, no pavilhão atlântico, pela módica quantia de 35 euros, depois porque ofereciam, como incentivo lol, o cd "Força Angola", depois poque Sean Paul, vinha escrito Hsean Paul e, como se não bastasse, o cartaz não ostenta qualquer patrocínio, mencionando que estes seriam divulgados no dia do espectáculo...são tantas parvoíces que nem sei por onde começar...há ainda a curiosidade do nome: festival afrolusoamericano lol e o pavilhão atlântico apenas confirmou o aluguer do recinto na última data do espectáculo...

Como seria de imaginar, a produtora já está a ser investigada pela PJ, mas nem isso os inibiu de divulgar uma nova data para o festival, agora anunciado para 22 de Março...
A melhor veio este fim-de-semana no jornal Sol..a mesma produtora organiza um evento em Bruxelas, com a presença de tcharan..Raul Indipwo...que, deus o tenha, está morto!enfim...o concerto conta com nomes como Michael Jackson,Pavarotti, Usher, Christina Aguilera, Jennifer Lopez, Nelly Furtado, Enrique Iglesias, Snopp Dogg,P.Diddy, Destinys Child (que já nem existem!), entre outras....

Poupem-nos!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Obesidade infantil

A obesidade infantil é um problema que começa a assumir proporções assustadoras. Connor McCreaddie é um exemplo. Tem 8 anos e pesa 86 quilos. No início deste ano chegou a pesar 92kg, 4 vezes mais do que uma criança da sua idade e estatura.

Connor não é nem de perto, nem de longe a única criança a apresentar este peso. Mas é provavelmente das poucas que suscitou tanto interesse em Inglaterra. Isto porque o seu excesso de peso pode custar à mãe a guarda de Connor. Nicola McKeown, a mãe, foi convocada pelas autoridade locais, que consideraram que o bem-estar e saúde de Connor não estavam a ser salvaguardados. E foi-lhe feito um ultimato: ou controla a dieta alimentar de Connor e ele perde peso considerável ou então retiram-lhe a custódia da criança.


Connor não se consegue vestir sozinho, tem uma mobilidade reduzida e falta constantemente à escola devido a problemas de saúde. Veste roupa de adulto, já estragou 4 camas e 5 bicicletas. Come 4 pacotes de batatas fritas por dia.

É uma história que está a dividir os ingleses. Muitos apontam a responsabilidade à mãe, outros não acham justo retirar-lhe a custódia da criança. A mãe defende-se ao dizer que o filho só gosta de comida processada e que inclusivamente cospe tudo que seja comida saudável. "Matar um filho à fome não é, com certeza, a melhor maneira de fazer as coisas e eu não irei tão longe...quando uma criança não come mais nada, temos que lhe dar o que ela gosta".

Ainda assim, a mãe concordou em submeter Connor a um programa de controlo alimentar e a criança já perdeu 9 quilos desde Janeiro. Apesar dos bons resultados, a mãe mostra-se preocupada porque depois de 10 minutos a fazer exercício, Connor fica com vómitos e falta de ar.

Enfim, uma questão difícil e uma medida um pouco drástica, mas realmente há que começar a lidar com esta questão com mais seriedade. Se uma criança de 8 anos tem este excesso de peso, os pais tem certamente responsabilidades nisso, visto que são eles que cuidam da dieta alimentar da criança e é da responsabilidade deles implementar hábitos saudáveis, tais como a prática de exercício físico.

O que é certo é que há que tomar medidas para minimizar este problema e isso começa por alertar e responsabilizar os pais. Quanto a Connor, a ver vamos se ele consegue abdicar dos bolicaos que, segundo disse à BBC, é um dos seus bolos preferidos. Como é que é possível...come um a cada 20 minutos!!!!

A lei do ciúme

O DN dá conta de uma nova lei no México que diz que maridos que se mostrem demasiado ciumentos ou que tentem convencer as mulheres que estão loucas (quê???) podem ser punidos até 5 anos de prisão!!!

Homens que telefonem com insistência, controlem o modo de vestir ou se recusem a ter sexo e a falar com as suas mulheres, podem ser acusados de crimes de ciúme ou de indiferença.

Humm... Não é que ache mal. O ciúme é muitas vezes levado ao extremo e todos já ouvimos histórias de crimes passionais. Mas não será uma lei um bocado preconceituosa? Ou não haverá no México mulheres ciúmentas e que se recusem a ter sexo com os maridos? Aposto dinheiro como sim!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A língua portuguesa...é assim traiçoeira?

Fiquei sem palavras quando vi ontem este sketch dos Gato Fedorento. É hilariante!!! E a burrice de Ana Maria Lucas, a apresentadora do programa Mistura Fina, não tem explicação... Imperdível!

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Eles andam por ai...

Insólito e surpreendente...
Um navio de transporte de ajuda alimentar das Nações Unidas (ONU) foi hoje assaltado por...(PASMEM) piratas!!! (Mas eles ainda existem????)

O navio, o NV Rozen, tinha acabado de entregar 900 toneladas de alimentos na região semi-autónoma de Puntland, destinadas à Somália, quando foi atacado.

O número de piratas atacantes é desconhecido mas ao que parece já foi afastada a hipótese de se tratar de uma cena da sequela de "Piratas das Caraíbas".
Johnny Depp fica assim ilibado de qualquer suspeita ;)

Brincadeiras à parte , o caso é mesmo real, e o navio continua por enquanto sequestrado.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Poucos mas bons...

A cidade inglesa de Birmingham será palco da 29º edição do Campeonato da Europa de Atletismo em pista Coberta. O torneio tem início esta tarde com a cerimónia de abertura as 16h e será transmitido na RTP2 e Eurosport.

A delegação Portuguesa é a mais pequena dos últimos anos, conta apenas com 6 atletas. Embora desfalcado com as ausências de Rui Silva e Francis Obikwelu, que preferiram continuar a sua preparação com vista aos Mundiais de ar livre em Osaka, Portugal tem boas chances de conquistar medalhas.


Nelson Évora é favorito ao ouro no triplo-salto masculino, após lesão do campeão Christian Olsson. Poderá ser esta a chance de um primeiro grande título para uma das maiores esperanças do atletismo nacional.

Naide Gomes mostrou que está em grande forma ao saltar 6,78 m no salto em comprimento nos Campeonatos Nacionais há 2 semanas. Não surpreenderá se renovar o título conquistado há dois anos em Madrid.

Não desesperem...elas estão para durar!




Marcia Cross, Felicity Huffman, Teri Hatcher e Eva Longoria vão permanecer no ecrã até 2011, segundo noticiou a Revista Variety. Um contrato de 4 anos celebrado com o autor da série vai trazer mais "Donas de Casa Desesperadas" até 2011 o que representou um investimento de 7,6 milhões de euros.

As protagonistas também terão renovado contrato com a estação de televisão ABC, que produz e exibe a série nos Estados Unidos.

Finda a segunda temporada em Portugal, os fãs podem agora preparar-se para mais 5 temporadas de riso, traição, rancor e crime, uma mistura explosiva faz da série um êxito.

A 3ª temporada da série já está no ecrã nos Estados Unidos desde Outubro. Não há por enquanto data agendada para a exibição em Portugal mas os fãs, (como eu!) podem esperar, sem desesperar, uma vez que a SIC já assegurou a reserva da série...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Conceitos de beleza...

Realmente não admira que os conceitos de beleza andem distorcidos...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Episódios do nosso Portugal..

Ontem assisti ao debate pós e contras sobre a justiça portuguesa e ouvi mais uma daquelas histórias caricatas que só existem em Portugal... vocês sabiam que cada uma das pessoas que assinou o habeas corpus do Luís Gomes, ou seja, 10.000 portugueses, podem vir a ser obrigados a pagar 480 euros? A situação provocou riso na audiência, não sei se pelo caricato da situação, se porque essa situação não é aplicada na realidade...até pode não ser aplicada, mas está na lei! A população portuguesa nunca se mobiliza e agora que ganhou consciência cívica, pode ser condenada por isso!Pode parecer caricato, mas aposto que assustou muita gente que assistiu ao programa e se juntou à causa!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

"SIM"

Muito se discutiu a questão do referendo aqui no blog. Hoje olhámos os resultados.

O SIM venceu com 59,25% dos votos, mas a abstenção mais uma vez marcou destaque, ao chegar aos 56,39%, o que torna este referendo não vinculativo. O NÃO conseguiu juntar 40,75% dos votos. Trocado por outros números, o SIM cresceu um milhão de votos em relação a 1998, o NÃO apenas subiu 200 mil.

Apesar da abstenção ter sido forte, desceu 11% em comparação a 1998 e isso fez a diferença. O SIM cresceu em muitos concelhos, mas os distritos de Castelo Branco e Leiria foram os pontos de viragem. Em 1998 nestes distritos venceu o NÃO, em 2007 a maioria votou SIM.

Olhando o mapa de Portugal, à primeira vista, traça-se desde logo clara distinção entre Norte e ilhas e o Sul do país. No Norte apenas o distrito do Porto contribuiu para o SIM. De resto, todos os distritos Norte e Interior - Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Guarda - deram preferência ao NÃO. Nos arquipélagos da Madeira e Açores o mesmo cenário. De Coimbra para Sul todos preferiram a despenalização do aborto, sendo que o concelho de Aljustrel, em Beja, foi o líder nacional, com 90,41% de votos para o SIM. Um raio x à mentalidade dos portugueses mostra-nos, numa primeira análise, um Norte mais conservador e um Sul mais liberal.

No fim e feitas as contas, o SIM venceu e, apesar do referendo não ser vinculativo, a Assembleia da República adquiriu assim um voto de confiança para a despenalização do aborto até às dez semanas, defendida por toda a Esquerda. Cabe agora ao Governo a regulamentação da lei. O processo legislativo estará, em sede parlamentar, concluído até ao final desta sessão legislativa, em Julho. A intervenção regulamentadora do Governo deverá ocorrer numa fase posterior, até ao final do ano.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Isto é alma...

Hoje perguntaram-me o que é a alma. Sorri. A primeira coisa que me ocorreu dizer foi que isso não se explica, é o que somos. Não valia, a resposta não valia. A resposta do dicionário muito menos. Era importante saber o que era a alma e eu parecia não ter consciência disso, apesar de saber comummente do que se trata. Às vezes acontece, não pensamos muito, ou pensamos superficialmente. Alma é energia. Disseram-me que é algo que é mas tende a deixar de ser, a desmaterializar-se. Discordei. A alma fica. A alma prevalece. É a nossa aura que é recordada quando partimos - quando nos afastamos ou quando morremos. Se fosse o corpo de nada valeria. A alma é o que temos de mais valioso em nós. É o que é. É o que somos. E volto ao início. Mas agora com consciência. E sorrio outra vez. Vale a pena pensar nisto.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

"A tua loja de drogas legais"

Nem mais! Chama-se "Cogumelo Mágico" e é a primeira loja de "drogas legais" a abrir em Portugal, mais precisamente em Aveiro. Foi inaugurada ontem e ao que parece suscitou muita curiosidade (porque será???).
Na parede ao fundo da loja pode-se ler em destaque "A tua loja de drogas legais"! Lá encontra-se desde erva sálvia pronta para fumar a kits para cultivo de cogumelos mágicos, cápsulas de produtos naturais (happy-caps), cactos que contêm mescalina e chá de erva ayahuasca, entre outros. Todos estes produtos contêm princípios alucinogénicos... mas "estão todos dentro da lei!", garante Carlos Marabuto, o dono do estabelecimento. Na loja também estão à venda cachimbos, mortalhas, vaporizadores, moedores para as ervas, balanças, livros e enciclopédias que ensinam a cultivar os produtos.

A ideia, como não podia deixar de ser, foi importada da Holanda. E veio para ficar. Carlos Marabuto diz que se tudo correr bem em terras aveirenses, expande o negócio para o resto do país. A loja é cuidadosamente designada por "smart shop" e distingue-se dos conhecidos "coffee shops" holandeses por vender a planta e não os produtos prontos a consumir e das "grow shops", porque estas comercializam apenas produtos para fazer o cultivo, mas não vendem mesmo as plantas. Já há três variantes, portanto!

A PSP e a PJ estão a acompanhar a situação mas a loja tem licença camarária e está aberta ao público. A única coisa proibida aqui é o comprador ter menos de 18 anos.

E cá está. Parece incrível, mas aparentemente é possível. Há-de ser mais uma lacuna na lei portuguesa... Se não é proíbido... então é porque é legal.
A mim sinceramente pouco me afecta. Certamente que não vou lá comprar nada e nem penso muito para além disso. Mas hoje é a primeira, e amanhã?
Se calhar muitos não julgavam ser possível, mas é efectivamente permitido abrir uma loja de drogas, sejam leves, legais ou como lhe queiram chamar, em Portugal. E aí está a prova!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O Pior Português

Já aqui se falou no programa da RTP que pretende eleger o português mais ilustre - "Os Grandes Portugueses". Os escolhidos pelo público geraram alguma polémica e houve quem considerasse as escolhas do povo totalmente incoerentes. O que não deixa de ser verdade. Mas, para apimentar esta discussão, ainda houve quem se lembrasse de ripostar. Bem pensado!eheh Ora, o Inimigo Público e O Eixo do Mal tomaram a iniciativa e decidiram lançar duas questões (até foram mais coerentes e menos vagos!) e a partir daí eleger o pior, ou melhor, os dois piores portuguêses de sempre:

"Que político/personalidade mais contribuiu para a ruína do nosso País?" e "Quem melhor encarna as piores qualidades do povo português?"

Disponibilizaram um email e muitas e muitas sugestões receberam, dizem eles. Neste momento, já estão na 4ª e última fase do "concurso". E espantem-se. Não é que os "candidatos" de uma e outra iniciativa coincidem? Cromos repetidos!!ehehe Este país é muito engraçado!! Amado e odiado é António Oliveira Salazar, que está nos 10 mais votados do "Grandes Portugueses" e nas opções da 1ª questão. Na outra lista, de "pior carácter" por assim dizer, estão os símbolos da corrupção do nosso país: Fátima Felgueiras, Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Alberto João Jardim e, por último mas certamente não menos fraudelenta, embora por outras razões, está Lili Caneças. Também estas personalidades marcam presença algures na lista dos 100 mais ilustres. Bem, que país confuso!

Enfim, ninguém se entende. Mas eu neste quis votar. E se querem fazer o mesmo, a votação decorre até dia 13 de Fevereiro, altura em que haverá uma gala de entrega dos prémios, na SIC Notícias. (votem em: http://piorportugues.blogs.sapo.pt/).
Devo dizer que a escolha foi díficil. O nível dos candidatos era muito elevado... Qual deles o pior!!! Mas optei por Oliveira Salazar e Fátima Felgueiras para cada uma das categorias. A ver vamos quem será o digno vencedor!
Tudo isto porque, como é dito e bem dito no referido blog, "mais do que eleger o melhor português, interessa saber quem é, afinal, o culpado disto tudo!" eheheh

E se fosse uma de nós?

Ponderei muito antes de decidir manifestar a minha posição sobre este tema tão delicado que tem sido o centro dos últimos debates e manifestações. Contudo, depois de ler alguns dos posts e comentários publicados no nosso blogue, não podia deixar de o fazer. À semelhança do que tem acontecido nas discussões públicas, também aqui tenho verificado alguma tendência para descentrar o assunto e, no meio de tanta retaliação, já me sinto confusa com as razões de umas e outras.

Em primeiro lugar, ninguém está aqui a discutir se concorda ou não com o aborto. É óbvio que ninguém concorda e, pondo a mão no fogo por algumas de nós, estou certa de que ninguém o faria. Mas não é isso que está em questão mas sim se concordamos ou não que as mulheres que o praticam devem ser punidas pela lei.

A pergunta é muito simples: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. E despenalização (aquilo que vamos referendar) não é o mesmo que liberalização.

"Despenalização significa "a eliminação ou perda do carácter de ilicitude, de ilegalidade, susceptível de ser punido ou penalizado pela lei". Ou seja, o acto em causa deixa não só de ser crime, como de estar sujeito a qualquer pena ou penalização.” "Liberalização […] significa, em linguagem jurídica, o reconhecimento ou aceitação legal daquilo que era proibido. É o mesmo que dizer que o Estado deixaria de regular o acesso ao aborto, em qualquer altura, deixando a decisão nas mãos de cada cidadão."

Quanto à afirmação de que votar sim é admitir que o aborto é uma questão moralmente e eticamente aceitável, nada me parece mais errado. Estamos fartas de saber que Ética e Direito são duas coisas distintas, como o comprova a existência de inúmeros códigos éticos dentro de algumas classes profissionais. Para mim a IVG nunca deixará de ser eticamente reprovável, mesmo que seja despenalizada.

O que mais me incomoda no meio disto tudo é a defesa utópica de que a lei deveria punir também os namorados e afins e os profissionais de saúde que colaboram nas práticas de abortos. Por favor, conhecem uma forma de isso se tornar possível? A mim parece-me que serão sempre as mulheres a serem punidas.

Aceito muitos dos argumentos de ambos os lados, incluindo do NÃO, mas custa-me ver o desprezo com que tratam a questão das mulheres que morrem num acto de desespero. Digam-me agora, se a vida é um valor de inquestionável importância, como é que não pode ser um acto de desespero uma mulher submeter-se a medidas extremas arriscando a própria vida? E desculpem, nisto são sempre as mesmas que sofrem, as que não tiveram a sorte de nascer em berço de ouro e não se podem dar ao luxo de realizar essa opção nas devidas condições.

Dizer Não é aceitar que as coisas estão bem como estão, e com isso dizer que é aceitável que se pratiquem IVG's na mesma (o aborto clandestino é uma realidade incontornável) mas em condições deploráveis, que milhares de mulheres morram num acto de desespero (sinceramente, acho ridículo afirmar que muita gente o faz por puro comodismo ou facilidade; tudo bem, acredito que existam casos desses, mas é a excepção que confirma a regra), que sejam sempre as pessoas com menos recursos as mais prejudicadas.

Não podemos ser sensíveis nem só a um lado, nem só ao outro. Temos que ser realistas e encarar aquilo que podemos, efectivamente, mudar. E esta é uma palavra possível apenas com a vitória do SIM. Por mais que a história das pessoas que nos são próximas pareça um lugar-comum, nos momentos de dúvida penso sempre: se uma de vocês tivesse que recorrer a esta medida e as coisas corressem mal, ia-me sentir revoltada e desolada por terem pago com a vossa vida um momento de desespero.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Tapar o sol com a peneira

Vejo o Referendo ao Aborto como uma questão de especial importância para o país e para o seu desenvolvimento… E é com grande desagrado e até espanto que me tenho deparado com muitos dos argumentos do Não.

Podemos dissecar este problema em várias outras questões: É justo que uma mulher seja julgada por ter feito um aborto? É justo que essa mulher vá para a cadeia? Penso que todos concordam que não… Nisso se vê a própria hipocrisia da lei actual que vê no aborto um crime, mas que mesmo assim não condena quem o pratica. Ou seja, a própria lei não é aplicada. Depois os responsáveis por fazerem cumprir a lei, sabem, com toda a certeza onde são as clínicas onde o aborto clandestino se faz e quem são os seus donos, mas quanto a isso nada é feito… Ninguém é punido. A propósito disto, fiquem com a curiosidade: uma das caras da campanha do Não na zona do Porto, é nada mais nada menos que o Dr. Eduardo Dantas, que durante anos manteve uma clínica ginecológica onde o aborto clandestino era o prato do dia…

Mais: se houver a vitória do Não, o aborto vai deixar de existir? Todos sabemos que não. E porque não colocarmo-nos por um segundo que seja na pele de uma mulher que, clandestinamente ou não, vê o aborto com a única opção… E se o vai mesmo fazer, porque não num estabelecimento de saúde legalmente autorizado e com os cuidados básicos de saúde, que são um direito de todos?

O argumento mais forte do Não e o que convence muitas pessoas é o argumento da Vida… Mas essas vidas que tanto se tenta proteger, vão perder-se na mesma, mas na clandestinidade. E se é assim, porque não defendem a alteração da lei actual? Uma vida de uma criança com Trissomia 21 é menos válida do que a de uma criança saudável para vocês? Ou a de uma criança fruto de uma violação? Porque é que não se fazem funerais às vidas que se perderem em abortos espontâneos? Onde está aqui essa moral de defesa intransigente da vida?

Votar Não é dizer que o estado actual das coisas é o ideal. Votar não é tapar o sol com a peneira.

Por isso deixemo-nos acima de tudo de hipocrisias e façamos alguma coisa!!!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Vida...interrompida

EA, devo dizer que já há algum tempo também mudei de opinião e também a queria manifestar aqui no blog...Inicialmente sempre pensei que votaria sim, desde 1998 que tinha esta opinião, porque apesar de ser contra o aborto achava que só cada pessoa é que pode julgar a sua situação. Mas agora penso que ninguém pode ter o direito sobre a vida de ninguém. Por ex., na eutásia, eu estaria decidir sobre o destino da minha própria vida (e mesmo assim ainda não se fala em liberalizar a eutanásia) mas no aborto, estou a decidir sobre a vida ou morte de outra pessoa.

Este é um assunto que incomoda muita gente, e as pessoas preferem não pensar muito nisso, dizer apenas de defendem a democracia, a liberdade e a tolerância, que não podemos julgar os outros e cada um deve fazer o que entender.

Mas temos que encarar de frente e pôr o dedo na ferida. E ver que na verdade esta nova lei não vai apenas despenalizar a mulher, mas também vai conferir o direito ao aborto, já que vai passar a ser um dever do Estado pagar os abortos. Na Holanda, por ex., existe a despenalização das drogas, mas não o direito às drogas, o Estado não é obrigado a dar drogas a ninguém. Mas com esta lei o aborto vai passar a ser um tratamento médico como outro qualquer a que todos têm direito - mais pessoas nas listas de espera.

E mais. Pegando num exemplo aqui da vizinhança: o hospital de Vila do Conde vai fechar, mesmo sabendo que o hospital da Póvoa já está pelas costuras. O aborto legal só se vai poder fazer até às 10 semanas, ou seja, não pode esperar. Quer dizer que muita gente doente, e sem recursos para pagar aos privados, vai ter que esperar ainda mais pelos tratamentos e operações (quem sabe até morrer na espera), para dar prioridade aos abortos.

Se queremos liberalizar "para sermos avançados como muitos países da Europa", então que comecem pela base, as estruturas de saúde, caso contrário vai ser um caos. Pessoalmente acho que o direito a tratamentos de sáude se sobrepõe ao direito ao aborto.

A questão da clandestinidade: querer liberalizar o aborto porque "o aborto clandestino é uma vergonha", é uma incongruência total. Então já agora vamos liberalizar todas as coisas más que são vergonha em Portugal, como já disse a EA.

A questão da vida: às 10 semanas é ser humano ou não é? Já está provado que a partir dos 18 dias bate o coração, e desde as 6 semanas que há actividade cerebral visível. (na foto, um feto com 10 semanas)


A questão da pobreza: se não se tem condições para criar o filho, existem as instituições de apoio familiar e em última instância a adopção. O Estado tem que investir nestas estruturas e não nos abortos (quer-me parecer é que lhe ficaria mais caro, e optam pelo mais fácil)...Mas mesmo que a minha vida fosse ser difícil, eu quereria viver, vocês não? A lei da vida é a primeira de todas!

A questão da penalização: o professor Marcelo vai votar não, porque apenas concordaria com a despenalização, quando na verdade não é só isso que a lei vai aprovar. Por isso, se formos da mesma opinião que o professor Marcelo e o movimento do "Assim Não", votamos não, mesmo concordando apenas com a despenalização. Mas podemos ir mais longe. A minha mãe trabalha na prisão de Custóias, e diz que há lá pessoas presas por ninharias, como conduzir sem carta...Então e impedir uma pessoa de viver é menos grave?...Uma mulher se roubar comida para dar ao filho, pode ir presa. Então e uma mulher que mata o filho antes de ele nascer, já deve estar dentro da lei?

Existem imensas razões compreensíveis para as pessoas terem cometido crimes (pobreza, famílias desestruturadas, distúrbios mentais) e que funcionam como atenuantes de pena, aliás, essas atenuantes são a razão porque há mais de 30 anos nenhuma mulher é condenada por fazer aborto. Mas essas razões não implicam que se despenalize o roubo, a condução sem carta, o aborto ou outros crimes.

Dizem que ninguém será obrigado a fazer o aborto, e os que não concordam, que não façam. Ok, esta era uma das razões porque eu ia votar sim, mesmo sendo contra. Mas temos que ver a lei define o que é certo e errado numa sociedade, define os valores e a ética dessa sociedade, e esta lei tornaria o aborto algo correcto, legítimo e ético. Um direito. Maior que o direito à vida. Com tudo isto, acrescido aos argumentos já ditos pela EA, devemos questionar-nos: Será o direito ao aborto maior que o direito à vida?

Eu acho que não.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Porque sou contra

Bem, eu venho falar do aborto...Andei a reflectir a sério sobre a questão e a informar-me e mudei de opinião: sou contra e voto não. Eu já era contra, mas votava sim, porque se por um lado, não concordava com os argumentos do não e principalmente com quem os defendia, por outro sempre fui acérrima defensora da democracia e da liberdade e considerava uma opção, inerente à vida em sociedade democrática: o direito de escolha. Mas pensei e acho ridículo achar que tenho o direito de opção sobre a vida de outra pessoa. Não tenho, ninguém tem..aliás quem o faz é condenado em tribunal e em praça pública.

Actualmente até me impressiona sequer considerar este assunto...Como é que podemos consentir que alguém mate alguém, só porque lhe apetece?Por mudança de humor, porque um relacionamento acaba, porque a pessoa muda de opinião, pronto...ou porque é nova demais, ou porque...

Eu defendia a liberdade de opção, mas no fundo é apenas uma desresponsabilização, um acto egoísta, um profundo egocentrismo, um limpar as mãos de um problema. Pois esse problema vai ter um nome, uma vida...vai amar, vai ser amado, vai ver o mundo, caraças: vai ter direito aquilo que todos temos, bem ou mal, mas temos...eu não queria entrar em sentimentalismos, até porque as minhas razões são bastantes racionais, passo o pleonasmo...

Dizem que as crianças não vão ser amadas, vão ser colocadas em sacos so lixo ou então recusadas pelas famílias...ok, mas não acredito que se essas pessoas tivessem, elas sim, o direito de opção, não preferissem viver...A não ser que acreditemos em reincarnação, a verdade é que só temos uma oportunidade. Não há mais. Há isto. Vivemo-la à nossa maneira, temos sonhos, aspirações, conquistamos um lugar, formamos uma família, contribuimos para algo. Só temos esta vida, gente, e já há tanta coisa que nos impede de a viver:doenças, acidentes, catástrofes naturais, tanta coisa...agora há aquelas que podemos e controlamos: actos voluntários de outros. Matar é crime, e o pior de todos...não está em questão de o feto é ou não uma pessoa: vai ser e isso é que importa.

O argumento do "mas já se fazem", ainda menos válido é. Também há muita gente que mata, que anda na droga, que viola criancinhas e nem por isso vou votar para que possam...que sejam condenados por isso!

Desculpem, mas tinha que desabafar. Sou contra, muito contra. E acreditem que ninguém mais do que eu ia ter pena de engravidar agora.É chato, é, mas uma doença cronica também é chata e as pessoas aprendem a lidar com isso e como isso milhares de obstáculos se cruzam na nossa vida..alguns bem mais que chatos...mas é a vida...e eu sou pela vida... só nos podemos ter direito de opção sobre a nossa vida....

Eu sou pela vida.

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Então concorre, temos um lugar para ti!"

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Direito a dizer NÃO



Um título destes poderia remeter para uma dessas campanhas pelo pseudo direito à vida, que condenam o aborto. Não vou falar sobre o aborto, vou falar do direito à escolha e do direito a ter uma vida saudável.

Considero o tabaco o pior flagelo de todos os tempos...muito mais do que as heroínas e as cocaínas. Já não incluo as doenças no lote dos flagelos já que muitas delas, cardiovasculares, certos cancros e afins, estão grande parte das vezes, directamente relacionadas com o consumo de tabaco.

Mas dizia eu, o maior flagelo de todos os tempos, porque é aquele que mais me incomoda.
Um dia escolhi não fumar, mas esse direito é-me sistematicamente negado quando vou a um café tomar o pequeno almoço, quando saio para me divertir com os amigos e até na minha própria casa.

Tenho notado que, ultimamente, ando mais sensível ao fumo. Se antes estava num espaço, duas ou três horas, mamava kilos de fumo dos outros e vinha embora toda contente a cheirar mal e com os pulmões carregados, hoje em dia essa é uma ideia que nem sequer consigo conceber.

E ainda bem, já que a grande maioria dos fumadores não demonstra qualquer tipo de respeito pelos não fumadores, e olhem que são muitos, cerca de 27% dos Portugueses fuma...é uma percentagem muito significativa. Esses 27% fumam em média 18 cigarros por dia.

Pode não haver dinheiro para férias, ou para roupa, até para comer, mas para comprar 1 maço de tabaco por dia, que custa 700 paus, há sempre dinheiro. São cerca de 20 contos por mês...100 euros, a média mensal gasta por cada fumador em tabaco!!!

Deixei de frequentar discotecas e é rara a vez que vou a bares, nos restaurantes peço mesa para não fumadores. Descobri que assim poupo dinheiro na lavandaria, não preciso de mandar lavar o casaco sempre que saio à noite.
É realmente algo que me incomoda, no dia seguinte, a roupa a tresandar a tabaco receso.

A boa notícia é que nos últimos 3 anos o número de fumadores diminuiu, há mais pessoas a nunca terem experimentado e mais gente a deixar o tabaco. Foi esta a evolução ocorrida na generalidade dos países da União Europeia, incluindo Portugal. Os dados foram divulgados ontem e resultam de um inquérito realizado em 2005 no espaço comunitário.

A percentagem de fumadores na Europa caiu de forma significativa: passou de 33 por cento para 26 por cento o que não deixa de ser um indicador positivo. Em Portugal passou de 29% para 27%.

A sensibilização parece estar a dar alguns frutos, nomeadamente pela informação disponibilizada nos maços de tabaco, pela inflação de preços que estes têm conhecido e obviamente pela proibição de fumar em cada vez mais espaços.

Esta última é provavelmente a medida mais fundamental de todas. É um atentado os cafés, restaurantes, bares e discotecas continuarem a permitir o consumo de tabaco. Pelo menos que se criassem espaços para fumadores e outros exclusivos para não fumadores, e não digo zonas, digo espaços, porque o fumo não respeita letreiros. Se os que fumam não se querem preservar, há que introduzir legislação para proteger aqueles que escolheram não fumar, já que esse é um direito fundamental.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

"Assim não!"

E porque há que mostrar o bom e o mau, fica aqui um excelente sketch dos Gato Fedorento, que passou ontem no "Diz que é uma espécie de magazine". Para além de ser uma imitição brilhante do Marcelo Rebelo de Sousa, a questão do aborto e da despenalização é abordada (agora sim!) com o bom toque de ironia dos Gato. A ver!

O humor também tem limites...

Este video mostra um sketch dos Gato Fedorento, visto a semana passada no progama "Diz que é uma espécie de magazine". É sobre o enforcamento de Saddam Hussein. Mais uma vez, foram usadas as imagens captadas ilegalmente por um telemóvel e que por muitas vezes vimos passar nas notícias. Mas este sketch vai naturalmente mais longe que isso. Está comentado e legendado mas não à boa maneira sarcástica dos Gato. Sou espectadora assídua do programa e gosto muito do trabalho deles, mas há que dizer que desta vez foram um bocadinho longe de mais...


terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O fim dos tempos?


As questões ambientais são frequentemente desvalorizadas mas são de facto de extrema importância.

O jornais avançaram hoje com a notícia de que em 2050 os glaciares dos Alpes terão desaparecido.

De acordo com os cientistas a previsão baseia-se em dados relativos aos últimos anos, já que os glaciares da província alpina austríaca do Tirol têm vindo a encolher cerca de três por cento por ano, o que significa uma diminuição anual de cerca de um metro.

Os peritos aconselham à tomada de medidas preventivas para proteger os residentes dos vales alpinos, já que estes poderão enfrentar riscos acrescidos de cheias perigosas.

Em Portugal a situação não está longe de ser preocupante. Um ano depois de divulgados os resultados da última parte do projecto SIAM, que traçou cenários sobre a evolução do clima no nosso país até 2100, não são visíveis os esforços para medidas de adaptação que contrariem as tendências para a desertificação do território.

O Sul do país, será particularmente afectado no que toca ao aumento da temperatura e à disponibilidade de água. O JN avançou ainda que, de acordo com Luís Ribeiro, especialista na área, até 2050, o Sul do país tenha entre 30 a 40% menos água superficial. Em 2100, o Algarve verá reduzido em 80% o escoamento anual médio.

De acordo com as previsões, os próximos anos serão de aumento da temperatura (que ocorre a nível global, mas se fará sentir mais numa faixa Sul da Europa) bem como de redução da pluviosidade.

O futuro adivinha-se pouco prometedor, sinal da chegada do fim dos tempos?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Grandes PortuguesAs

Eu também vi o programa, aliás, como já referi, acho mesmo muito interessante e vou tentar não perder nenhum dos documentários...Essa intervenção foi digna de "tesourinho deprimente" do programa que antecede os Grandes Portugueses, porque de facto, foi uma intervenção muito infeliz e acho que todos se arrependeram de lhe ter dado voz..alias acho mesmo que cortaram a chamada...enfim...
Mais deprimente só a convidada que apunhalou o meu feminismo convicto. Quando questionada sobre a ausência de mulheres no top 10, esta doutorada com tres filhos respondeu que as mulheres, de facto, não são capazes de grandes feitos, porque são geneticamente diferentes e nunca conseguiriam ser capazes de fazer o mesmo que os homens...eu não posso deixar de comentar tamanha barbaridade.. não é que não concorde que as mulheres sempre tiveram um papel social secundário, mas não foi, de certeza, por questões genéticas, mas pela falta de oportunidade, de igualdade, da própria instrução!!É impossível compararmos o papel social da mulher nos séculos que antecedem a igualdade de oportunidades e mesmo actualmente sabemso o papel que ocupámos, como referiu a Maria Elisa, nos cargos de chefia, nos grandes cargos dirigentes do país, tanto no sector público como privado. Ainda é notícia uma mulher integrar certos departamentos das forças armadas, ainda é notícia a mulher que se candidata a um cargo importante, ainda é notícia a mulher que é eleita chanceler da Alemanha.
Aliás é só olharmos para a lista e vermos quem foram as mulheres escolhidas:
- Maria de Lurdes Pintassilgo - primeira (e única!) mulher que esteve à frente de um governo em Portugal
- Antónia Ferreira(Ferreirinha) - uma das primeiras mulheres no negócio do vinho do Porto
Rosa Mota - a primeira portuguesa a ganhar uma medalha olímpica
- Adelaide Cabete - Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres.

As restantes candidatas são sobretudo grandes ícones da cultura portuguesa e raínhas, aqui premiadas, não pelas suascapacidades de chefia, claro, mas pelo seu bom coração...
Tenho dito.


Encontrada solução para o problema da droga!

Está explicada a escolha de Salazar como um dos dez grandes Portugueses. Quem vivia um momento de revolta e perplexidade perante tão polémica votação, ficou no programa de hoje totalmente esclarecido. Segundo afirmou um jovem madeirense, no tempo da ditadura salazarista é que se estava bem porque, como não havia liberdade, as pessoas "não se metiam tanto na droga" e agora como recebemos o castigo da liberdade virámos todos uma cambada de toxicodepentes. Por favor, não me digam que nunca tinham pensado nisto? É tão óbviooooo...

Ironias à parte, o que foi bem explícito com o programa de hoje foi pura e simplesmente que esta votação num símbolo de opressão e repressão português foi feita com alguma leviandade. É a única explicação que encontro. Caso contrário a realidade seria que as pessoas se esqueceram que as suas acções foram de tal forma repulsivas e negativas para o nosso país, que temos um utensílio de cozinha para rapar tachos e afins que se chama salazar. E isto já nem partindo para os aspectos mais vergonhosos do percurso deste homem.

Perante opiniões como a deste jovem madeirense (que note-se, quando Maria Elisa fez referência a algumas das medidas poucas dignas de Salazar, disse que achava mal, mas pelo menos nesse tempo as pessoas não se metiam na droga), só me resta esperar que daqui em diante haja bom senso e ponderação na escolha do grande Português que, bem ou mal, será uma representação do que somos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Grandes Portugueses

Foi com grande interesse que no passado fim-de-semana assisti ao programa Grandes Portugueses. Não que eu considere que o programa tem valor por eleger o Grande Português, porque há grandes personalidades nacionais e é tremendamente injusto para uns e outros, classificá-los.

No entanto, é inegável que nos 20 ou 30 segundos dedicados ao resumo, ainda que muito incompleto, do percurso de cada personalidade, cada Português ficou um pouquinho mais rico. Mais rico porque a nossa história se fez não de UM grande Português, mas de vários.

Em relação ao resultado da votação online, há algumas considerações que gostaria de fazer e por uma questão de organização prefiro apresentá-las por tópicos:

1 – Maria Elisa. Essa grande senhora da televisão tem realmente um imenso estatuto na televisão portuguesa. Para além de ser dar ao luxo de pura e simplesmente não comentar certas escolhas do público, saiu-se ainda a brilhante expressão “a esta hora Lisboa já deve estar a arder”, quando Pinto da Costa aparece no 17º posto da tabela classificativa.

2 – Mário Soares. É o último grande Português vivo. Convicções políticas à parte, é de louvar um senhor que, depois de anos de luta por um ideal de liberdade, aos 83 anos mantém uma actividade nacional e internacional bastante intensa.

3 – Salgueiro Maia. Foi 11º classificado, com pena minha pois merecia estar entre os 10 primeiros. Nunca teve o reconhecimento que era devido a um grande líder, e soube preservar-se do mediatismo após o 25 de Abril, mas não deixa de ser uma referência para todos nós.

4 – Amália Rodrigues. É uma das caras de Portugal e a mulher mais bem classificada da lista dos 100 maiores Portugueses.

5 – Salazar. Tantos anos de luta pela liberdade e pela democracia, para termos um ditador nos 10 primeiros...NO COMMENT

6 – Álvaro Cunhal. Por afinidade seria aquele em quem eu votaria obviamente. Sempre me assumi esquerdista, para além de ter crescido no seio de uma família que fazia reuniões secretas na cave durante os tempos da repressão. Muitas dessas reuniões foram inclusive presididas por este senhor. Acho interessante que todo o país fique a conhecer um pouquinho mais apaixonante história de vida deste homem.

7 – Por mais que me esforce não consigo perceber o que faz o D. João II nos dez primeiros…

Posto isto, e porque já comecei a escrever esta opinião há 3 dias e só agora consigo ter tempo para a terminar e publicar, e entretanto já perdi parte das ideias, assumo que não vou votar, porque tenho mais o que fazer ao meu dinheiro.

Perante a lei, pai ou criminoso?

Poderia ser mais uma notícia sobre um julgamento, mais um caso de sequestro. Mas é uma história diferente. É daquelas em que a lei dita uma pena, mas questionamo-nos se realmente foi feita justiça.

Um homem foi ontem condenado pelo tribunal de Torres Novas a 6 anos de prisão e a pagar uma indemnização de 30mil euros por se ter recusado a entregar uma criança de 4 anos, da qual era (ou tentava ser) pai adoptivo. A criança esteve a seu cargo, e da mulher, desde os 3 meses de idade.

O crime foi de "sequestro agravado". À primeira vista, parece sensato condenar alguém que comete este crime. Mas o caso aqui está longe de ser esse. Antes de avançar, convém então olhar um pouco mais atrás na história.
O bebé, hoje quase com 5 anos, nasceu de uma relação ocasional entre os pais biológicos. Na altura, o pai biológico recusou assumir responsabilidades, dizendo que desconfiava que o filho não era dele. A mãe biológica, imigrante e sem ter ninguém a quem recorrer, entregou o bebé a um casal, juntamente com uma declaração de consentimento para adopção plena. Este documento dava conta de dois factores: que o fazia por "insuficiência financeira" e que o pai era "incógnito".

Foi nestes termos que Luís Gomes e a mulher acolheram a bebé e deram início ao processo de adopção. Vieram entretanto a saber que o pai afinal não era incógnito e que reclamava agora os seus direitos paternais. O tribunal concedeu-os, mas os pais adoptivos não aceitaram entregar a criança. E, perante a lei, este casal passou de potenciais pais adoptivos a alegados raptores. A mãe e a criança estão até hoje em parte incerta. O pai aguardou na prisão.

O caso foi ontem encerrado com a condenação de Luís Gomes, sargento de profissão. A mãe continua desaparecida e será julgada assim que seja conhecido o seu paradeiro. A menina, quando encontrada, será entregue ao pai biológico, um pai que nunca conheceu.

Agora pergunto, será que a lei tem em consideração os afectos, a relação desta criança com estas pessoas que, no verdadeiro sentido da palavra, são pais dela? Foram estas as pessoas que lhe deram um lar, cuidados e o amor de uma família. Mas a lei preferiu entregar criança a um pai que ela não conhece, nunca viu e que a recusou. Será justo atribuir tanta importância à questão biológica, nestes casos? Faz algum sentido ser esse o factor decisivo?

Não defendo necessariamente a atitude dos pais adoptivos, que foram contra a lei. Mas entendo que, no fundo, tiveram que o fazer. O púnivel aqui devia ser esta lei funcionar assim, mais do que alguém a corromper. Uma lei destas, que destrói famílias e que nem sequer considera o bem-estar das crianças, é, à falta de melhor palavra, cruel. Realmente não se compreende como um juíz fica de consciência tranquila ao pôr um homem atrás das grades por 6 anos, quando a motivação de tudo isto está no amor que ele tem pela menina.
Como se isto não bastasse, veio-se a saber que esta acusação pode ser ilegítima e que pode não haver fundamento para o processo de "sequestro agravado". Em suma, não posso deixar de acusar a lei de, por vezes, ser fria e calculista e nem sempre ver com clareza. A fotografia que vi de Luís Gomes no jornal de hoje, algemado e com dois polícias a seu lado, não pareceu mentir. Era o rosto de um pai que acabara de perder um filho.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Feliz Aniversário PC!!! :)

Que ilustres são os portugueses...!

Ainda bem que não fui a única a achar completamente estranho e despropositado (isto para não dizer outra coisa) ver o nome Hélio Pestana na lista dos "100 Grandes Portugueses", uma votação pública promovida pela RTP1 destinada a eleger o português mais ilustre.
"Quem é Hélio Pestana?", começa assim um artigo do JN de hoje, cujo título é "O mistério da escolha da ex-ministra e de Hélio Pestana". E eu pergunto novamente. "Quem é o Hélio Pestana???" Bem, claro que o reconheci da série de televisão Morangos com Açúcar, mas realmente custar a acreditar que alguém (e terá sido um considerável número de pessoas), tenha votado nele.

No fundo, este programa pouco ou nada interessa. Mas não deixa de reflectir, de alguma forma, o que se passa na cabecinha pensante dos portugueses e que referências eles têm. Enfim, um actor novato, que até pouco impacto teve na série, não era sequer protagonista, acabou por influênciar a vida de muita gente. Nada de errado nisso. Mas fará algum sentido, em algum tempo ou lugar, tê-lo numa lista que fala de nomes como Amália Rodrigues, António Lobo Antunes ou António Damásio?

Voltando a Hélio Pestana (relembro os mais distraídos, o actor de Morangos com Açúcar), quando questionado sobre esta votação, também ele reagiu com surpresa e encontrou no seu clube de fãs a justificação possível. Sim, faz algum sentido. Mas partindo desse princípio, só me admira não vermos mais nomes sonantes da tão conhecida série, nesta tão ilustre lista!

O que também não deixa de ser surpreendente foi ver a ex-ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, na lista. Quem é que se foi lembrar desta personalidade, que ainda para mais esteve no governo apenas 4 meses? (no governo de Santana Lopes) A própria refere ser "desproporcional" estar lado a lado com grandes nomes do nosso país.

Mais um exemplo de que este programa, no fundo, não tem razão de ser e que dar ao povo a liberdade de escolher livremente... às vezes dá nisto! Em disparate! Porque convenhamos, dificilmente este dois casos constituem um exemplo a seguir ou um ícone nacional.

Enfim, não faço qualquer intenção de participar com o meu voto mas confesso que aguardo com alguma curiosidade o resultado último desta votação. Quem será o feliz contemplado???

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Direito à vida ou direito à opção?

Daqui a precisamente um mês vota-se no referendo que vai ou não alterar o contexto do aborto na lei portuguesa. Em concreto a questão dirá «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?». A pergunta é exactamente igual à do referendo realizado em 1998. Terá agora resposta diferente?

Campanhas e movimentos pelo sim e pelo não multiplicam-se e, no fundo, isto não é mais do que uma batalha ideológica entre quem está a favor e quem está contra esta liberdade de escolha. Os contornos da lei são poucas vezes referidos e também pouco se fala das condições em que o aborto se virá a realizar, que despesas estão previstas, de que forma se vão alterar as estatísticas... No fundo, a questão aqui é e será apenas uma, a moral. Teremos nós este direito de optar?

Eu assumo frontalmente que vou votar no sim. Depois de muito ponderar, penso que há questões práticas que, de alguma forma, superam as morais. O que mais me leva a votar no sim é saber que, mesmo sendo ilegal, o aborto existe, faz-se em más condições e a peso de ouro. Ou seja, ainda há quem consiga fazer negócio do desespero de muitas mulheres, que não viram outra solução. De facto, quem quiser abortar, consegue fazê-lo. Toda a gente ouve falar de clínicas que pedem 500 ou 600 euros para fazer abortos, ou até de pessoas que vão a Espanha fazê-los. Eles acontecem. Não vale a pena ignorar essa realidade. E vamos fechar os olhos a isso? Permitir que pessoas enriqueçam à custa disso e que mulheres corram riscos e sofram traumas ainda maiores?

Para além da questão prática, levanta-se a questão da liberdade de escolha. Eu até posso não concordar com o aborto e não fazê-lo em circunstância alguma, mas quem sou eu para escolher pelos outros? Eu, que não conheço a realidade deles, como vivem, em que condições. Pode a lei decidir o que é melhor para a vida daquela(s) pessoa(s)?

Os argumentos são muitos e a minha opinião está formada, mas não deixo de pensar se ficarei tranquila com esta minha decisão. Receio que as pessoas não ponham a mão na consciência e que o aborto se banalize, caso seja despenalizado. Que haja mentes desequilibradas que possam ir ao ponto de pensar no aborto como uma segurança. O mesmo aconteceu em relação à pílula do dia seguinte. Surgiu com o objectivo de salvar casos de risco de gravidez e desde logo a sua finalidade foi distorcida. Todos sabemos que a pílula do dia seguinte é muitas vezes usada erradamente como método anticonceptivo. É simplesmente muito fácil, se for preciso, tomar um comprimido - por muito que ele tenha efeitos secundários - e acabar com um problema. O meu receio está aí. Na facilidade. As pessoas tendem a abusar da facilidade. E temo que, neste contexto, o aborto seja uma via fácil e não necessariamente um último recurso.

Dito isto, não há como esconder que o tema é delicado e que é impossível, a meu ver, estar absolutamente certa sobre esta decisão. Mesmo perante todas as razões lógicas que houver para dar, no fim é de uma vida, de um bebé, de um inocente que estamos a falar. E esse nada tem a dizer quanto a isto. Esse não tem direito de escolha.

Vamos ver como o país reage a este referendo. Em 1998, o não teve uma vitória clara. Terá Portugal mudado tanto assim? O que é facto é que o sim está na boca de muitos jovens, jovens esses que não tinham idade para votar em 1998. Farão a diferença?


PS - A título de curiosidade, sabiam que o realizar do referendo vai custar cerca de dez milhões de euros ao Estado?