sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Chocolate à chuva..

Adoro estar em casa quando chove...Nada se compara ao bater da chuva nas persianas e aquela sensação de protecção de estarmos no lugar mais seguro do mundo, entre cobertores e uma caneca de chocolate quente...o barulho das gotas cada vez mais fortes dá-me uma sensação de conforto..Ponho-me a pensar nas teorias-tvi do Pedro Pinto de ontem..será que as pessoas deixaram de acreditar no futuro e nos outros?Segundo o Pedro Pinto uma notícia é notícia quando afecta as pessoas, quando interfere directamente na sua vida...e hoje, porque amanhã.."o josé veiga é velha história"(né kel?). Será que esta sociedade emergente da "aldeia global" está tão assustada com o mundo lá fora que prefere continuar a saber apenas o que se passa na sua rua e não se preocupa com as tiranias de um ahmadinejad ou as estratégias geopolíticas de meio mundo a querer comprar outro meio? Será que estamos tão progressivamente perto de todo o mundo como desinteressados do que se passa para além fronteiras ?Será este o nosso modo de combater o abismal aceleramento que a mundo viveu com as novas tecnologias, ou simplesmte estamos sem tempo para os outros e apenas ligamos ao que nos afecta directamente ou poderia afectar?preocupamo-nos com a Maria que foi morta pelo Manel ou apenas temos medo que nos aconteça a nós?
Acabo por chegar à conclusão que quanto mais o mundo se abre a nossa porta, mais nos fechamos dentro de casa...à espera que a chuva passe...

2 comentários:

Daniela Rodrigues disse...

Realmente dá que pensar...vou ficar a meditar no que escreveste, a sério.
Só uma sugestão, agradeço que façam o mesmo em relação a mim, acho que o texto ficava melhor justificado e sempre que possível acompanhado de uma imagem porque dá leveza. Já agora, como aprendemos em online...dividam o texto por blocos, facilita a leitura ;)
Huge kiss

Cris disse...

A tua questão é pertinente e como jornalista (ainda que com muito pouca experiência) assisto todos os dias a essa tomada de decisão. E dá muito que pensar. O que determina o interesse de uma notícia? O que vale ou não vale a pena cobrir? Que notícia terá ou não impacto? No final do dia, temos um alinhamento que obedece a uma série de regras, valores e convenções... E reparamos que em todos os jornais se passa o mesmo, se fala do mesmo... E será que de facto falamos do que é mais importante? Será que de facto o que é notícia muda o mundo, muda as nossas atitudes?

Não, em termos gerais, acho sinceramente que não. E acho também que não podemos ter essa ilusão. Como o Pedro Pinto disse, em última análise, o jornalismo é um negócio, feito de imediatismo, de novidade e com um propósito sempre presente: alimentar as audiências.

Posto desta forma, acho que a realidade soa pior do que realmente é. O jornalismo é um negócio, ponto. Mas acho que mesmo dentro desse negócio, há opções, há perspectivas, há pessoas por detrás desse negócio. E muitas vezes vemos o "bom" jornalismo, as reportagens de fundo, as histórias que tocam as pessoas, os alertas, os conselhos... Isso acaba por estar presente, mas não é realmente a base de nenhum meio de comunicação social, não é disso que o negócio sobrevive.

O que me preocupa é que esses momentos de verdadeiro sentido jornalístico deixem de existir. Preocupa-me que este caminho para o qual o jornalismo se dirige a passos largos não tenha espaço para os temas que vejam para além do "já" e "agora". Será que isso não vai condicionar sempre a nossa formas de ver as coisas? Quando acontencer, aí preocupo-me...