segunda-feira, 16 de novembro de 2009

As coisas que eu já perdi

Há dias dei por mim a pensar nas coisas que eu perdi, a maioria de vocês já deve estar a pensar que estou a referir-me a romances, empregos ou a decisões importantes na vida mas estão enganadas.
Eu perco roupa, papeis, brincos, ganchos, estes então são as centenas, não sei como explicar mas as coisas some-se sem eu dar conta, há tanta, tanta, tanta coisa que eu nunca mais vi na vida que se eu fosse a fazer um dia de luto por cada uma delas seria viúva a vida toda.
Eu acho que não perco na rua, aliás, tenho a certeza, tirando o meu piercing brilhante que perdi no vestiário da Zara, não me lembro da sensação de perda, do ‘Ah! Caiu-me, desapareceu…’. Tenho mesmo a ideia de as guardar, do tirar, do colocar aqui para não esquecer e pronto, nunca mais as vejo, já cheguei a pensar se os meus móveis se alimentam de metal…mas não me parece.
Sou virgem de Signo, apenas e graças a Deus, por isso sou um ser metódico, organizado, perfeccionista, controlo tudo, faço tudo e sou super fã do ‘quem quer faz quem não quer manda’, mas vivo sobre esta desgraça, perco tudo.
Aqueles brincos lindos com flores que comprei no Guia em Albubeira, eram os vintage que me salvavam em várias situações, as minhas pérolas, os exóticos brincos em penas de pavão, a minha fita dourada, o meu anel de prata, já para não falar da factura do meu carro onde me ofereciam a revisão dos 30 mil, vou ter de paga-la, ou seja, vou pagar caro este meu problema.
Não sei se alguma de vocês já viveu este drama, o ‘Eu sei que tenho, não sei onde!’ mas acreditem, é horrível, desesperante e frustrante. Em várias revistas já li artigos sobre, ‘Como se organizar’, ’Mudar a sua vida em 10 fases’, ‘Esquemas que facilitam a vida’ entre muitos outros títulos que oferecem soluções para as nossas vidas mas nenhum me ajudou a parar de perder coisas, elas continuam a sair da minha vida, de tal forma que até parecem gajos…
Digo isto porque os gajos são mesmo assim, desaparecem, somem-se e nós que os tínhamos como certos e arrumados, sempre ali para quando precisarmos, ficamos desorientadas, insistimos que tinham de estar ali, que de certeza que alguém nos roubo, mas como mulheres que somos, rapidamente nos dirigimos a uma loja e compramos uns novos! Estes novos podem não ser iguais mas em poucas horas serão agradavelmente melhores, mais actuais, mais práticos e provavelmente ate ficam melhor no nosso corpo, fixem, não estou só a falar dos objectos, a descrição cai como uma luva no que toca aos homens.
É incrível, comecei a falar de peças perdidas e que nos fazem falta e zás, acabo por falar em homens, desculpem-me a metáfora forçada destes últimos parágrafos mas as semelhanças foram ficando brilhantes no meu pensamento.
Posso dizer que o problema da maioria das mulheres é este: as coisas que perdemos e que não queríamos perder. Tudo isto devido a falta de tempo (entre o trabalho, as compras, a ida ao ginásio, a depilação, a família e o consolar uma amiga) para termos capacidade e disponibilidade física e emocional para ‘arrumar as coisas’ e cuidar delas para que elas sejam sempre nossas, perfeitas e sempre á mão. É que uma mulher não é de ferro!

5 comentários:

Daniela Rodrigues disse...

Bem eu sei do que falas e é realmente um problema que me tem acompanhado em muitas jornadas!
No meu caso sou perita em perder casacos...é verdade, desde que me conheço já perdi 4 casacos. A primeira vez tinha 10 anos...a última foi o ano passado.
Quando estava na RTP perdi um blaser azul que adorava, desconfio que ficou por lá pendurado. Não voltei para o procurar...

Cris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cris disse...

Por natureza não sou distraída... Guardo com muito cuidado tudo que tem valor para mim. Mas nunca mais me esqueço de um relógio que perdi tinha 10 anos e andava na natação, chorei chorei até mais não... Perdi o meu primeiro relógio que eu tanto adorava. Abri a precedência. A partir daí muitas vezes chorei por perdas na minha vida. Os homens, sem dúvida, dominaram essas perdas. Mas agora não perco 1 segundo sequer para pensar nisso. E vendo bem, eles é que me perderam a mim...

Daniela Rodrigues disse...

Ah boa! Relógios...sou recordista!
O meu pai ofereceu-me um relógio da Guess mt giro quando fiz 15 anos!
Um mês depois perdi-o.
A minha mãe cheia de pena, e para o meu pai nao descobrir, deu-me 125 euros para comprar outro...e la fui comprar um igualzinho.
Durou 3 meses até perder tambem...

Anónimo disse...

Hoje perdi uma luva ao estilo de Carrie Brandshaw..:( Levou-a o vento...:( Tou triste.